Quando os músicos se põem à prova

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A música de câmara está em alta esse ano em Curitiba. Além das apresentações da Capela Santa Maria, agora o Teatro Guaíra inicia sua própria série do gênero. Estreia hoje, às 20horas, no Guairinha, a série Concerto de Câmara, que apresenta o duo de viola e violino composto, respectivamente, por Marcelo Lemos da Silva, primeira viola da Orquestra Sinfônica do Paraná (OSP) e o convidado Marcos Antônio De Lazzari Júnior, integrante do Quarteto de Cordas Pantalla, que desenvolve concertos didáticos em diversas ci­­dades do Brasil. Até o final do ano, serão quinze en­­contros.

A coordenadora do projeto, Cristine Marquardt, explica que a vontade de fazer uma série de concertos de câmara é antiga entre os músicos da OSP: "Muitos membros da orquestra já tinham seus conjuntos de música de câmara. Quando a ideia foi levada pela Amosp [Associação dos Músicos Profissionais da Orquestra Sinfônica do Paraná] para a diretoria do Guaíra, o projeto foi prontamente atendido".

Marcelo Lemos, que já havia trabalhado com De Lazzari na Orquestra de Câmara da PUC e em outras ocasiões, conta que o convite aconteceu muito rapidamente. "Tocamos juntos na quinta-feira passada e resolvemos fazer esse concerto a partir daí", lembra.

No repertório de hoje, Le­­mos e De Lazzari executam três composições, sendo que uma delas, "Pequena Suíte para Violino e Viola", é uma composição de De Lazzari, que terá sua estreia na série. Além desta, o "Duo para Violino e Viola", de Mozart, e o "Passacaglia para Violino e Viola", de Händel e Halvorsen – que Le­­mos afirma ser uma peça temida por seu alto grau de dificuldade – integram a apresentação dos solistas.

O músico explica também que a experiência de se tocar música de câmara é enriquecedora: "você se expõe muito mais. A gente precisa de desafios e, por mais que o trabalho na OSP seja fascinante, ele não expõe tanto o músico. Quando a gente toca em um concerto de câmara, nos obrigamos a ter o cuidado e o refinamento ne­­cessário de um solista", e completa: "o retorno para a orquestra é grande, porque você volta um músico mais cuidadoso, mais habilidoso. Se você tem o cuidado de um solista para tocar em grupo, você vai ter um grupo de solistas tocando juntos, e aí o músico passa a ter um fator de transformação no conjunto".

Sobre a música executada em formações menores, Lemos diferencia. "A música de or­­questra é grandiosa, ampla. A de câmara é delicada e intimista, como um filigrama. É agradável e emocionante de se ou­­vir, e só depende dos poucos profissionais que a executam".

Serviço: Concerto de Câmara, com Marcelo Lemos da Silva e Marcos Antônio De Lazzari Júnior. Guairinha (R. XV de Novembro, s/n º), (41) 3322-2628. Hoje, às 20 horas. Ingressos a R$ 20. Classificação indicativa: livre.