Esgotar ingressos no Teatro da Caixa, um espaço pequeno e sempre muito barato, pode não querer dizer muita coisa. Mas a série de shows de Thiago Pethit que lotou o espaço no último fim de semana foi uma espécie de redenção do cantor em Curitiba. O músico, destaque na cena paulistana, havia tocado apenas uma vez por aqui, em 2010, com o repertório de seu disco de estreia, Berlim, Texas um show cujo grosso da plateia era de familiares seus, conforme ele mesmo contou no último sábado; e uma performance marcada por sérias limitações técnicas do artista, de acordo com relatos de quem esteve lá. Três anos depois, no fim do ano passado, Pethit desmarcou um show que faria no Canal da Música porque os ingressos encalharam.
Pois desta vez o cantor não apenas teve casa cheia como fez um show tecnicamente bom, com espaço para a presença de palco marcante que caracteriza sua proposta artística de raízes teatrais. Com humor, sensualidade e até agressividade com direito a água lançada na plateia , Pethit cantou principalmente o repertório de seu segundo e último disco, Estrela Decadente (2012). Bem encadeado, o show foi dos momentos mais brandos em "Perto do Fim", "Mapa-Múndi" e "Fuga N.º 1" aos mais rascantes e inquietantes em "Devil in Me" e, já no bis, em um cover de "I Put a Spell on You". Quatro anos depois, Pethit conseguiu mostrar por aqui o vigor de seu trabalho.
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