
Serviço
AutopeçasQuando: Dias 25 e 26 de março. 18h30 (Esta Propriedade Está Condenada), 19h30 (Apropriação), 21h (Bate Man) e 22h30 (Talvez)Quanto: R$ 40 cada peça. Estudantes e pessoas maiores de 60 anos pagam meia-entradaOnde: Teatro Paiol (Largo Professor Guido Viaro, s/nº - Prado Velho; Tel.: (41) 3213-1340)Veja o serviço completo no site Guias e roteiros RPC
Os oito integrantes da Cia. dos Atores, do Rio de Janeiro, resolveram comemorar 20 anos de trajetória comum impondo-se um novo desafio. Criaram, no ano passado, o projeto Autopeças, em que os atores poderiam desenvolver e dirigir suas próprias encenações bem como convidar pessoas de fora para atuar como colaboradores.
A troca de papéis resultou em oito ações elogiadas que estrearam, em novembro, no Espaço Sesc do Rio. Cinco delas serão conhecidas pelo público curitibano hoje (25) e quinta-feira (26), com a apresentação corrida de quatro espetáculos e um vídeo documental no Teatro Paiol o público, no entanto, pôde optar entre comprar ingressos para um ou mais espetáculos.
No hall do espaço municipal, a companhia montou dois espaços alternativos, onde serão encenadas as peças Apropriação e Talvez. Ocupam o palco Bate Man e Esta Propriedade está Condenada. Para completar a programação, fica em exibição no foyer do teatro um vídeo sobre a experiência do diretor artístico da companhia, Enrique Diaz, no projeto europeu Ecole des Maître.
Três outras realizações do projeto não estão no "pacote curitibano": A Ordem do Mundo, monólogo encenado por Drica Moraes e apresentado na Festival de Curitiba do ano passado; a leitura da tragédia grega Édipo Rei, dirigida por Eduardo Wotzik; e a peça Os Vermes, baseada no livro de José Roberto Torero e Marcus Aurélio Pimenta. A explicação para a ausência desses dois espetáculos não "tem qualquer glamour". "Foi por falta de verba mesmo. A gente se adaptou à realidade do festival, que não teria como viabilizar tudo", explica o ator Marcelo Olinto.
Ele encena o monólogo Bate Man, escrito e dirigido por Gerald Thomas a convite do ator. "Acho que o que nos uniu foi a inquietação", diz este admirador do trabalho do diretor desde os anos 1980. Durante três meses, eles se reuniram em São Paulo para definir "temas, desejos, vontades". "Com esse material, Gerald escreveu o texto", explica Olinto, que interpreta um homem que, após ser torturado, em um ambiente inóspito, cria um jogo perigoso entre realidade e imaginário.
A peça é uma reflexão sobre o homem contemporâneo, seus medos, desejos e ambições um tema que também aparece, sob outros vieses, nas demais montagens. Olinto, no entanto, explica que cada uma das "autopeças" é uma engrenagem que funciona separadamente, "embora estejamos focados nos mesmos objetivos".
No monólogo Talvez, dirigido por César Augusto, o ator (e autor da montagem) Álamo Facó vive um homem à espera de sua namorada, que viajou (e não parece que um dia irá voltar). O personagem ensimesma-se e passa a interagir com o mundo apenas via internet. Apropriação® marca a estreia na direção da atriz Bel Garcia, que discute temas como livre arbítrio, autoria e o duelo entre criador e criatura a partir de um roteiro baseado no universo do dramaturgo Harold Pinter. Ela mistura trechos das peças Monta-Cargas, O Zelador, Festa de Aniversário, Volta ao Lar e Paisagem a entrevistas e declarações do dramaturgo inglês.
O ponto de partida é uma cena de Cobaias de Satã, um dos espetáculos mais polêmicos apresentado pela Cia. dos Atores, em 1998. Em um bar, dois homens (Thierry Tremoroux e Leonardo Netto) trocam experiências, memórias e anseios, diante de uma plateia cúmplice.
Esta Propriedade Está Condenada, concebida por Susana Ribeiro, com atuação de Susana Ribeiro e Renato Linhares, é resultado de duas semanas de investigação sobre a peça de um ato de Tennessee Williams. A plateia acompanha o movimento que o texto sugere: o de um trilho de trem. Memória, abandono e fragmentos de canções populares norte-americanas se aliam à paisagem de abandono onde se encontram dois adolescentes no sul dos Estados Unidos dos anos 1940. Serviço
Autopeças. Teatro Paiol (Lgo. Guido Viaro, s/nº Prado Velho), (41) 3213-1340. Hoje e amanhã, às 21 horas. Ingressos a R$ 40 e R$ 20.
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