Claudete em cena no Canto 1, da “Ilíada”.| Foto: Gilson Camargo/Divulgação

“À Grega”

A atuação de Claudete nesta peça de Steven Berkoff traduzida e dirigida por Marcelo Marchioro deu à atriz os prêmios Poty Lazzarotto de Melhor Atriz Coadjuvante e o Gralha Azul de Melhor Atriz em 2000. “Com a presença de Claudete, parecia que você entrava em outro lugar que não só o teatro. Parecia uma máquina do tempo que te levava para o mundo da mitologia”, lembra Edson Bueno.

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Pico na Veia, de 2005. 

“Pico na Veia”

Também sob direção de Marcelo Marchioro, esta peça elaborada a partir de textos de Dalton Trevisan em 2005 rendeu a Claudete outro troféu Gralha Azul de Melhor Atriz. “Quando ia recitar Dalton, parecia que toda a literatura deste escritor maravilhoso estava dentro dela. Era uma atriz perfeita”, diz Bueno.

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“Loretta Strong”,

Até então inédita no Brasil, a peça do dramaturgo argentino Raul Taborda Copi (1940-1987) estreou com Claudete, em 2007, sob direção de Thomas Quillardet. “É um texto que trata de gênero, transexualidade, quetões que hoje estão totalmente pulsantes e que, em 2007, Claudete já estava fazendo”, lembra Márcio Abreu. “Junto com a ‘Ilíada’, foi um trabalho revolucionário no teatro brasileiro, porque abriu caminhos. Atrás destas experiências, vêm muitas coisas. Elas deixam rastros, abrem pensamentos, plantam sementes. Claudete sempre esteve envolvida em projetos desta natureza e vai fazer muita falta.”

“Ilíada”

O projeto de Octavio Camargo, que reuniu 24 atores para encenar o texto integral da “Iliada” de Homero na tradução de Manoel Odorico Mendes, começou em 1999 com Claudete. A interpretação do épico tal como foi escrito, sem adaptação, foi um trabalho pioneiro. “O grau de virtuosismo exigido pelo monólogo é muito grande, e em nenhum momento ela titubeou”, lembra Octavio. “Quando ela mostrou que era possível, conseguimos ir aumentando até realizar a mostra integral”, conta.

É deste projeto um episódio que, para Camargo, é um marco não apenas da carreira da atriz, mas do teatro brasileiro: Claudete interpretou o “Canto 1” em português na Bienal de Arte Contemporânea de Thessalônica, na Grécia. Ela fez o monólogo diante de uma plateia grega, em um odeão do século 2. “Falar um texto na sua língua para uma plateia que não a entende é algo muito difícil para um ator. Mas ela fez isso com uma força interna e uma certeza tão grande que o público grego veio abaixo”, lembra Camargo.