Drama
Ausência, de Chico Teixeira, é um drama tridimensional
O tocante filme Ausência, de Chico Teixeira (A Casa de Alice), foi mostrado ontem numa concorrida sessão para o público na mostra Panorama, a paralela mais importante do Festival de Berlim, na Alemanha.
O filme que deu a Teixeira o prêmio especial do júri de melhor diretor no Festival do Rio é um drama cotidiano familiar, sexual e afetivo.
A história segue o dia a dia de Serginho (Matheus Fagundes): o cuidado com sua mãe e seu irmão mais novo, o trabalho na feira; sua amizade com Mundinho e Silvinha; e sua relação confusa entre sexo e afeto com o professor Ney (Irandhir Santos).
Risos e aplausos
Ao ser chamado ao palco por Wieland Speck, programador da Panorama, Teixeira subiu correndo provocando risos e aplausos da plateia.
"Só posso dizer que estou muito feliz, agradeço ao festival e a todos e espero que gostem de Ausência", resumiu o diretor.
Antes da sessão, Teixeira ansioso mas confiante na identificação dos espectadores com seu filme se disse exultante. "Nem sei o que poderia dizer mais. Foi ótimo ter sido selecionado e acho que vai ajudar muito na carreira do filme, tanto a internacional quanto lá no Brasil."
Em termos de receptividade, o diretor disse esperar que o filme seja "visto pelo lado de dentro, pelo lado emocional do protagonista."
"O que eu mais quero é mostrar as fragilidades de todos nós, sem máscaras, sem maquiagem, um filme cru, essa é a forma como vejo a vida", completou.
A diretora Anna Muylaert de Durval Discos, cult brasileiro de 2002, estava cansada, mas visivelmente feliz na sessão de gala no último domingo do seu Que Horas Ela Volta? , filme que estreou na 65ª edição do Festival de Berlim, com o auditório lotado e muitos aplausos.
Na apresentação, a cineasta agradeceu ao festival e à toda equipe. E desejou que o público gostasse do filme.
A história segue Val (interpretada por Regina Casé), que deixou sua filha Jessica (Camila Márdila) no interior de Pernambuco para tornar-se babá em São Paulo. O reencontro entre as duas acontece quando a menina vai para a cidade prestar vestibular, causando desconforto na casa da família onde Val trabalha.
A presença repentina da jovem muda a rotina e o balanço de poder na casa. Val tem que decidir entre suas obrigações e o que é necessário que ela sacrifique.
Recém-apresentado no festival norte-americano de Sundance onde Regina Casé e Camila Márdila dividiram o prêmio de melhor atriz Que Horas Ela Volta? repetiu na Alemanha o sucesso que fez no evento independente. O filme concorre ao troféu de audiência da Panorama e ao prêmio da crítica internacional.
"Queria, neste filme, falar sobre a questão da educação das crianças e de como ela é desvalorizada no Brasil. A figura da babá é algo que nunca entendi, por exemplo. Deixar seu filho o dia todo com alguém que por necessidade largou seus filhos para cuidar do filho dos outros sempre me pareceu cruel, pois nenhuma das crianças fica com quem gostaria de ficar. O filme toca nesta questão de maneira crua", disse Anna Muylaert à reportagem da Gazeta do Povo.
Sobre a participação e a repercussão do filme no festival, Anna se diz muito feliz. "Acabei de estrear meu filme em Sundance domingo retrasado (25) e duas semanas depois estou aqui, mostrando na Berlinale. Trabalhamos muito duro para conseguirmos estar aqui", disse a cineasta.
Ao final, Anna Muylaert afirmou que espera que o público internacional compreenda o que há de universal nesta história, que é tão brasileira, afinal. "A participação aqui e no Sundance vai ajudar muito na carreira internacional e no Brasil do filme. Mas eu espero que contribua também para que possamos alargar nosso olhar sobre a questão tratada na história."
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