Don Draper (Jon Hemm) e Peggy (Elizabeth Moss): parceiros de criação entram em crise| Foto: Divulgação
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O publicitário norte-americano Donald Draper, protagonista da série Mad Men, é, à primeira vista, a encarnação do sonho americano. De origem muito humilde, amargou uma infância sofrida, sobreviveu à Segunda Guerra Mundial, onde foi combatente, e, ao voltar do front, se fez do nada. Usou sua inteligência e perspicácia ímpares, potencializadas por uma assumida, mas não desmedida ambição para, de simples vendedor de loja, chegar ao cargo de diretor de criação de uma ascendente agência de publicidade da Madison Avenue. Daí vem o trocadilho embutido no título do programa: Mad, além de louco ou maluco, também faz referência à avenida de Manhattan, onde estavam instalados os principais escritórios de criação de publicidade dos Estados Unidos nos anos 60.

Só que Draper, vivido com maestria e sutileza por Jon Hemm, também é um anti-herói. Sua biografia esconde um grande segredo. Durante a Guerra, ele trocou de identidade com um colega de pelotão, morto em combate, acreditanto que, assim, poderia enterrar de vez seu passado traumático. Sua vida é, portanto, inventada, uma ficção sempre a um passo de ser desmentida.

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Retrato crítico, e até certo ponto cínico, da sociedade norte-americana dos anos 60 – época de profundas transformações políticas e sociais, com a luta pelos direitos civis, a revolução sexual e o movimento hippie –, Mad Men é uma aula de história e dramaturgia.

Ao mesmo tempo em que usa de forma brilhante a história do país como pano de fundo, nunca é didática – a ênfase está nos muitos dramas vividos por seus personagens, muitos deles fascinantes, como a heroína feminista Peggy (Elizabeth Moss), que, de secretária, se torna redatora publicitária, conquistando espaço em um universo antes quase dominado por homens.

Vencedor de quatro prêmios Emmy consecutivos na categoria de melhor série dramática, Mad Men tem agora sua quinta temporada lançada no Brasil, ao mesmo tempo em que esta e as quatro anteriores chegam às lojas em um único box, com 20 discos. A sexta fornada de episódios acaba de estrear nos Estados Unidos e começa a ser exibida no Brasil dia 22 de abril, pelo canal pago HBO.

Na recém-lançada quinta-temporada, Draper, ao mesmo tempo em que luta para consolidar a agência da qual é sócio, e que enfrentou revezes ao perder clientes importantes nos últimos tempos, se vê às voltas com problemas pessoais. Sua segunda mulher, Megan (Jessica Paré), que havia sido sua secretária, começa a dar seus primeiros passos como redatora publicitária, mas no fundo ainda deseja concretizar o sonho que a trouxe de Montreal para Nova York: tornar-se atriz.

Enquanto isso, Betty (January Jones), de quem Draper se divorciou, enfrenta uma crise depressiva que a fez ganhar muito peso e adotar uma postura ressentida, inclusive em relação ao ex-marido. Peggy, por sua vez, sente-se sem muitas perspectivas na agência de seu mentor Draper, onde sempre tem de trabalhar o dobro pelo fato de ser a única mulher da agência.

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Sexo, adultério, drogas, Beatles, política e um suicídio inesperado são ingredientes de mais uma excelente leva de episódios de Mad Men, que segundo seu criador, Mathew Meiner, deve ter pelo menos sete temporadas.