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Cruise apresenta "Operação Valquíria" no Rio de Janeiro | Sergio Moraes/Reuters
Cruise apresenta "Operação Valquíria" no Rio de Janeiro| Foto: Sergio Moraes/Reuters

Trailer Operação Valquíria

Assista ao trailer de Operação Valquíria

  • Tom Cruise em cena do filme
  • Tom Cruise protagoniza thriller sobre a Segunda Guerra Mundial
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Tom Cruise, 46 anos, promoveu na tarde desta terça-feira (3) seu mais recente e controverso filme, Operação Valquíria (Valkyrie, em inglês), em encontro com jornalistas no hotel Copacabana Palace, Rio de Janeiro. O longa dirigido por Bryan Singer (X-Men 2 e Superman - O Retorno) sobre a tentativa de assassinato de Hitler durante a Segunda Guerra estreia dia 13 de fevereiro e tem a assinatura de Cruise como produtor.

Sorridente, Cruise fez questão de revelar sua empolgação com o Brasil. Ele mostrou que ainda é o ídolo mais popular do cinema atual (no segmento feminino, principalmente). "Obrigado, obrigado. Quero primeiramente agradecer o carinho que recebemos. A comida é maravilhosa, as paisagens são belas e o povo muito simpático. Quero voltar um dia e filmar aqui", afirmou. O ator é aguardado nesta noite para assistir, com a mulher Katie Holmes, à première de "Operação Valquíria" no Cine Odeon, também no Rio.

"Operação Valquíria" é o primeiro filme que o ator protagoniza desde "Missão: Impossível 3", em 2006, quando foi demitido da Paramount Pictures após uma lucrativa parceria de 14 anos (US$ 2 bilhões em bilheteria em todo o mundo). Na ocasião, Summer Redstone, então presidente dos estúdios Paramount, alegou que a causa do rompimento seria o comportamento vexatório mostrado por Cruise na mídia (propaganda pela Cientologia, denúncias contra antidepressivos e gafes em programas de TV) que influenciou também no mau desempenho de "Missão: Impossível 3". O astro, então, decidiu ter seu "próprio negócio" e, há dois anos, é co-proprietário dos estúdios United Artists Entertainment - que produz "Operação Valquíria".

Essas turbulências do passado de Cruise pouco importaram ao diretor Bryan Singer. Com a assinatura de Cruise como produtor, "Operação Valquíria" teve um orçamento alto de US$ 75 milhões.

"Operação Valquíria" é uma história verídica do complô de um grupo de oito altos comandantes do Exército alemão para matar Adolf Hitler em julho de 1944 e pôr fim à Segunda Guerra Mundial. Cruise aparece no papel do oficial militar Claus Schenk von Stauffenberg, personagem central na tentativa de assassinar o líder alemão com uma bomba, durante uma reunião secreta. "É um personagem diferente de todos que já fiz. Ele vai contra o governo do país que vive. Mostrou que existiam pessoas na Alemanha que resistiam ao nazismo e pagou um preço por isso", falou.

Durante a entrevista, Cruise definiu o filme como "grande desafio" de sua vida. Entre as dificuldades, segundo o ator, foi gravar a cena da morte de Stauffenberg. "O mais difícil foi sem dúvida quando estava diante de um pelotão na filmagem da morte de Stauffenberg. Senti esse filme."

O filme, como já se sabe, sofreu diversas doses de reveses. O governo alemão proibiu as filmagens no memorial de Benderblock, em Berlim, onde a conspiração foi tramada e os conspiradores foram executados. Mudou de ideia após meses de discussões por Cruise pertencer à Igreja da Cientologia, que sofre forte resistência na Alemanha. Além disso, algumas das imagens feitas no local acabaram danificadas quando foram processadas, tornando necessária uma refilmagem. Em agosto do ano de 2007, dez figurantes se feriram ao cair da traseira de um caminhão durante filmagens em Berlim. E por fim, a estreia inicialmente programada para meados de 2008 foi adiada duas vezes. Sua estreia nos Estados Unidos, no Natal passado, não foi um êxito comercial. Ficou em quarto lugar com arrecadação de US$ 21.027 milhões.

"Sempre há controvérsias. Tivemos sim todo o apoio do governo alemão. O filme, afinal, é uma coprodução do governo da Alemanha. Durante as filmagens (em Berlim) a equipe do filme me pedia desculpa por causa dos boatos da resistência alemã. O que posso garantir é que o povo alemão foi maravilhoso o tempo todo", falou.

Ainda que já conhecemos o final, "Operação Valkiria" tem todos os ingredientes que a priori promete agradar o público. É ambientado na Segunda Guerra Mundial e mostra quem se opusesse ao nazismo - como ocorreu nos premiados "O Pianista", de Roman Polanski, e "A Lista de Schindler", de Steven Spielberg. Ainda assim, merece créditos: deu a Cruise uma missão possível.

Confira abaixo como foi a coletiva de imprensa que marcou o lançamento de "Operação Valquíria" no Brasil:

O que achou do Brasil? Quero primeiramente agradecer pelo carinho que fomos recebidos aqui. Vivemos momentos maravilhosos (Cruise está no Rio desde o último dia 30 acompanhado da mulher, Katie Holmes, e da filha Suri). A comida é maravilhosa, as paisagens são belas e o povo muito simpático.

Por que investir em um filme sobre a Segunda Guerra Mundial? A história é muito boa. "Operação Valquíria" me levou a conhecer uma história real de coragem. O roteirista Christopher McQuarrie foi meticuloso em seu trabalho. Buscamos a melhor maneira para representar o espírito de resistência da época. Não se trata de um documentário. É um filme de suspense.

O que há de fascinante em Stauffenberg? O personagem é diferente de todos que já fiz. Ele vai contra o governo do país que vive. Mostrou que existiam pessoas na Alemanha que resistiam ao nazismo e pagou um preço por isso. Em "Operação Valquíria" há também uma história de amor. O amor que Stauffenberg tinha por sua mulher, filhos e a Alemanha. Fui criado com o incentivo da minha mãe a sempre pensar por mim mesmo. Stauffenberg não podia conversar com os filhos sobre o que estava acontecendo. Ele não podia correr os riscos das crianças saírem gritando na rua "meu pai é contra Hitler". Stauffenberg era um homem acessível. Abria as portas para todos os soldados. Ninguém fazia isso na época.

Como foi trabalhar com Bryan Singer? Bryan me ajudou muito. Nosso objetivo era fazer um filme intenso e voltado para entreter o público. Um filme não se resume apenas ao ator principal. Há uma grande equipe por trás. Trabalhar com Bryan foi maravilhoso.

Como enfrentou a resistência alemã para filmar Operação Valquíria em Berlim? Lido com contratempos há 25 anos. Sempre há controvérsias. Tivemos sim todo o apoio do governo alemão. O filme, afinal, é uma coprodução do governo da Alemanha. Durante as filmagens (em Berlim) a equipe do filme me pedia desculpa por causa dos boatos da resistência alemã. O que posso garantir é que o povo alemão foi maravilhoso o tempo todo. Não dei atenção aos comentários. Fiquei concentrado em fazer o melhor possível. Houve muita pressão, inclusive de mim mesmo. Queria dar o máximo pelo público. E a pressão aumenta quando o filme é baseado em fatos reais. Assim como Stauffenberg, sempre quero fazer o necessário para tudo dar certo.

Qual foi o momento difícil? Foi sem dúvida quando estava diante de um pelotão na filmagem da morte de Stauffenberg. Foi difícil para todos. Senti esse filme.

Que tal "quase matar" Hitler? Odeio Hitler desde menino. Sempre quis matá-lo. Na verdade, todo o mundo odeia o nazismo. Tive a satisfação de chegar tão perto de matar Hitler (risos).

Conhecia a história da Operação Valquíria antes de fazer o filme? Confesso que tampouco conhecia a história de Stauffenberg e seus companheiros. Claro que o espectador quer se divertir antes de mais nada. No mundo inteiro é assim. Garanto que "Operação Valquíria" entretém e ao mesmo tempo incentiva as pessoas a pensarem por si mesmas. Essa é a beleza desse filme. Pretende voltar ao Brasil? Sim. Gostaria sim de filmar aqui. Tenho muito interesse em voltar ao Brasil.

* A jornalista viajou a convite da Fox Film do Brasil.

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