
Em Pelo a Menos no País das Maravilhas, Ricardo Marinelli se apresenta usando uma antiga camiseta de uniforme do colégio, toda assinada pelos colegas no fim do ano letivo. Na parte da frente, todos deixaram recados simpáticos. "Quando cheguei em casa, vi que nas costas havia uma lista de ofensas", conta o artista.
Esse é um dos signos que ele incorporou ao espetáculo para debater uma das questões que mais o incomodam: o gênero e a diversidade sexual.
A obra, que ele leva ao palco do Teuni na sexta-feira, pode ser definida como dança, mas traz pitadas de texto, canto e vídeo. Promete ser forte, dado o tema. "A minha vida e as coisas que me violentam servem de material e de substância para a produção artística", diz.
Esse trabalho foi iniciado em 2004, quando Ricardo começou a abordar sua história e a constituição de sua orientação sexual como ponto de partida para colocar em evidências o que ele chama de "pequenas violências homofóbicas e heterossexistas que a gente aprende a naturalizar no cotidiano da igreja, da escola, das amizades".
Ainda na sexta, Adaptação, de Elisabete Finger, transforma a peça de grupo My Country Music, da coreógrafa norte-americana Deborah Hay em um solo. A continuação do nome, Estudo n.º 3 para um Plástico Amarelo, faz alusão a outra trabalho de Elisabete.
Os trabalhos dos "couves" abordam com frequência múltiplas artes e inclusive questionam os rótulos e conceitos de dança, teatro, performance, vídeo etc.
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