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Gênio da música, indicado ao Grammy 79 vezes, lança coletânea caprichada | Valentin Flauraud/Reuters
Gênio da música, indicado ao Grammy 79 vezes, lança coletânea caprichada| Foto: Valentin Flauraud/Reuters

Quincy Jones dispensa apresentações: produtor, arranjador, maestro, compositor, diretor de tevê, pivô de projetos humanitários. Ganhou 27 prêmios Grammy, e foi indicado a eles 79 vezes. Ajudou a construir o mito de Michael Jackson, produzindo os álbuns Off the Wall, Bad e Thriller (o mais vendido de todos os tempos). Fez arranjos para Frank Sinatra e Count Basie. Gênio.

Depois de alguns anos de merecidas férias, Quincy Jones (ou apenas Q, como é chamado pelos pupilos) lançou no finalzinho de 2010 o álbum Q: Soul Bossa Nostra, que a Universal lança agora no Brasil. É algo como Quincy Jones exercitando seu coté "gangsta", mergulhando na nata do rap e do R&B da atualidade: Akon, Ludacris, Jamie Foxx, Talib Kweli, John Legend, Snoop Dogg, Usher, Mary J. Blige, entre outros.

"Soul Bossa Nostra apresenta alguns dos meus artistas e produtores favoritos do cenário atual de pop, R&B e hip-hop interpretando uma seleção do meu catálogo musical que as pessoas amaram de verdade quando foi originalmente gravado. Cada artista pinçou uma canção que teve uma ressonância de fato nele por alguma razão – alguns deles pela lembrança de ouvir seus pais tocando aquela faixa quando estavam crescendo", disse Quincy, velho habituê do Camarote 2222 no Carnaval da Bahia.

O disco é um pouco enganoso, na verdade, porque apenas sete das 15 faixas tiveram de fato a mão de Quincy na produção. O resto parece mais uma coletânea caprichada – e as melhores faixas não são as dos rappers, desculpem dizer. John Legend (em "Tomorrow"), Wyclef Jean ("Many Rains Ago") e Amy Winehouse ("It's a Party") pontificam. Bacana ouvir de novo o vozeirão de Barry White em "Secret Garden".

A faixa-título contém um sample da canção-jingle "Soul Bossa Nova", de 1962, do lendário álbum homônimo de Quincy (mas hibridizada pelas rimas de Ludacris e Naturally 7). Gênio retirado da música, Quincy sonhou que era Dr. Dre por um momento. Mas seria mais interessante se ele se dedicasse a preservar seu patrimônio.

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