Quinto volume de Macanudo chega ao Brasil

Tantos pinguins nas tiras de Ricardo Liniers Siri não são à toa. Ele adora o frio: "O Caribe deve ser lindo, mas preferia ser jogado na Groenlândia. O que mais gosto é quando está nevando lá fora e eu estou dentro de casa aquecido, desenhando."

Foi assim, vendo a neve pela janela, que o cartunista argentino desenhou boa parte de Macanudo #5, que chega ao Brasil. Trata-se do quinto volume da série, uma seleção de algumas das tiras que ele publica diariamente no jornal La Nación.

Elas nasceram em 2007, quando Liniers e sua família moraram por sete meses na gélida Montreal, no Canadá, por conta de uma bolsa de estudos. "Essas histórias são como um diário íntimo dos meus dias na cidade. Tenho um carinho especial por elas."

Liniers esteve no Brasil recentemente. Em 11 de julho, fez o lançamento do livro no Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo, quando falou à reportagem.

Duas horas antes do início da sessão de autógrafos, a fila – composta principalmente por meninas – já se espichava pelo saguão. No dia anterior, Liniers ministrou uma palestra no Rio de Janeiro, como parte da exposição Macanudismo, que leva obras suas para a Caixa Cultural até 9 de setembro. "A próxima parada é Recife. Queremos levá-la para São Paulo, mas por enquanto, faltam parceiros", diz a curadora Bebel Abreu.

Em 2012, Macanudo completa uma década de vida. Com a mesma idade, aproximadamente, as tiras Mafalda e Calvin e Haroldo foram "assassinadas" por seus respectivos autores.

Crise? Ele descarta: "Preparei-me para isso. Tenho vários personagens, então tenho mais liberdade. Me divirto com eles ainda."

Esta foi apenas mais uma de suas passagens pelo país. "Vou muito a Ubatuba nas férias", diz. Entre os amigos brasileiros, estão os desenhistas Fabio Zimbres, Rafael Coutinho e Gabriel Bá. E o navegador Amyr Klink, que conheceu na Antártida.

"A esposa dele me manda centenas de tirinhas brasileiras todo ano. Virou minha traficante", brinca.