Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
cênicas

Quinze minutos de fama que já duram três anos

Marcelo Adnet traz a Curitiba seu espetáculo-solo de comédia stand-up, que revela traços do humor contemporâneo que o consagrou

 | Fotos: Divulgação
(Foto: Fotos: Divulgação)

1 de 1

Os 15 minutos de fama de Marcelo Adnet estão durando bem mais do que se poderia prever para uma celebridade nos dias de ho­­je. Ironicamente, o programa de tevê que deu ao ator e humorista carioca, de 28 anos, projeção nacional – principalmente entre o público adolescente – chama-se 15 Minutos e vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 21h45, na MTV. Uma rotina que já dura três anos.

Eleito recentemente pela revista Época como um dos cem brasileiros mais influentes de 2009, Adnet fez fama ao levar para a televisão elementos do bem-sucedido humor stand-up, como a simplicidade de linguagem e a capacidade de improvisar em cima de temas do cotidiano – que vão da cultura pop à política. E mais: aliou isso tudo a uma ferramenta poderosa e es­­sencial ao universo dos jovens de hoje, a internet. Suas hilárias imitações – como a do treinador Joel Santana, falando inglês, ou a do apresentador Sílvio Santos, cantando Guns N’ Roses – ganharam fama na rede.

É essa habilidade de fazer rir a partir de coisas simples, sem truques, perucas ou piadas de papagaio, que o humorista mostra no próximo sábado (13) no palco do Guairão, em Curitiba. Em seu espetáculo solo de stand-up comedy, ele passeia por temas diversos e promete, inclusive, fazer observações bem-humoradas sobre o jeito do paranaense. "Por se tratar de um encontro meu com o lugar e as pessoas do lugar, vou falar também do Paraná e do sul do Brasil. Fora isso, tem os temas que são mais próximos de mim, como futebol, religião e cotidiano meu e das pessoas em geral", explica Adnet, que conversou por telefone com a Gazeta do Povo.

Humor engajado

Outra faceta, talvez menos perceptível do comediante – que ele faz questão de levar para seus espetáculos e para a tevê – é o seu engajamento com temas considerados mais "sérios", como política, religião e meio ambiente, sem poupar acidez nem ironia nas piadas. "O humor é uma arma muito poderosa de crítica quando você chama a atenção para certas coisas. O humorista, de certa forma, se tornou o ombudsman da sociedade. Ele pode ir a Brasília e fazer uma pergunta cabeluda para um deputado que o jornalista comum não pode", analisa. Essa indignação, no entanto, precisa ser autêntica, de acordo com Adnet.

Além do stand-up solo, o ator está em cartaz com o espetáculo que o revelou, em 2003: Z.É. – Zenas Emprovisadas, no Rio, em parceria com outros comediantes. "Temos apenas três viagens marcadas este ano. A agenda está apertada, mas Curitiba é uma das primeiras na lista de espera para 2010", revela.

Autonomia

Fora isso, Adnet também integra o elenco do espetáculo Comédia ao Vivo, em São Paulo, e estreou recentemente o programa Comédia MTV na grade da emissora paulista. "Vai ser um ano de muito trabalho", prevê o ator. Ainda mais para alguém que conquistou autonomia para escrever os próprios textos, inclusive os das muitas campanhas publicitárias que protagoniza. "Quero continuar a ser autoral. Não posso jogar isso fora para ficar lendo uma ficha num programa de casais. Seria uma burrice", critica o humorista, que já recebeu propostas para mudar de canal.

Longe das câmeras e dos palcos, Adnet não é do tipo que ri à toa. "É importante baixar a bola de vez em quando, procurar saber o que eu quero, se minha saúde está boa. Às vezes as pessoas não entendem isso. ‘Pô, mas você é tão sério!’, dizem. Acho que se eu ficasse fazendo piada o dia inteiro iria enlouquecer, e enlouquecer as pessoas à minha volta. É preciso ter um equilíbrio", conclui.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.