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Ótimas interpretações e abordagem criativa marcam o premiado Histórias Cruzadas | Divulgação
Ótimas interpretações e abordagem criativa marcam o premiado Histórias Cruzadas| Foto: Divulgação

Oscar 2012

Histórias Cruzadas recebeu quatro indicações ao Oscar, em três categorias:

• Filme

• Atriz: Viola Davis

• Atriz coadjuvante: Jessica Chastain e Octavia Spencer

Guia Gazeta do Povo

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Desde Conduzindo Miss Daisy (1989), Histórias Cruzadas talvez seja o filme que trata de forma mais suave do embate entre brancos e negros no sul norte-americano dos anos 1960. O longa-metragem, que estreia hoje nos cinemas brasileiros, se situa naquele mesmo contexto, e ele serve de elemento de tensão durante toda a narrativa. Mas você não verá corpos pendurados em postes nem casas incendiadas. Aqui, o foco são as relações interpessoais e os sentimentos.

Uma adaptação do romance A Resposta, de Kathryn Stockett, Histórias Cruzadas conta como uma jornalista recém-formada, Skitter (Emma Stone), volta à sua cidadezinha no Mississipi e se vê fora do tom em relação às amigas, todas casadas, enquanto ela nunca namorou. Skitter se empenha em seu trabalho num jornal local e, entre um e outro jogo de bridge em meio à classe média branca com quem se relaciona, cresce seu desgosto contra os maus-tratos e humilhações a que as empregadas negras são submetidas.

A escravidão havia ficado no passado, mas as mulheres brancas consideravam comum que mães passassem suas ajudantes às filhas em testamento, ou que as criadas usassem um banheiro fora da casa – afinal, "as doenças delas são diferentes das nossas".

Irritada com as amigas de infância, Skitter se esforça para coletar depoimentos das ajudantes que pudessem render um livro, e descobre que elas têm muito a dizer, mas também muito medo de serem descobertas. Aibileen (Viola Davis, indicada ao Oscar de melhor atriz pelo papel) é a primeira a concordar com o projeto, mas só uma grande coleção de desaforos convencerão Minny (Octavia Spencer, indicada ao Oscar de atriz coadjuvante, que ela merece só pela expressividade de seus olhos esbugalhados).

A direção de Tate Taylor – amigo de Kathryn, que o escolheu a dedo para a tarefa de transpor seu romance para as telas – opta por evidenciar o humor recorrente no livro, numa sucessão de eventos que contribui para suavizar a tensão trazida pelo racismo declarado das personagens. Como pano de fundo, a campanha pelos direitos civis se desenrola nos televisores da cidade.

As excelentes atuações renderam ao filme o prêmio de melhor elenco pelo Sindicato de Atores dos Estados Unidos (SAG) e contribuíram para sua indicação ao Oscar de melhor filme, ao lado de oito concorrentes.

Foi uma boa escolha da Academia, pela abordagem criativa daquele momento histórico e as ótimas interpretações. Mas al­­­guns apelos sentimentais exagerados podem irritar o espectador. GGG1/2

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