Madonna durante a apresentação no Live Earth no dia 7 de julho de 2007 no Estádio de Wembley, em Londres| Foto: Reuters/Stephen Hird

Canções fundamentais da discografia de Madonna

- Holiday (1983), do álbum "Madonna".

- Material Girl (1984), do álbum "Like a Virgin".

- Like a Virgin (1984), idem.

- Papa Don´t Preach (1986), do álbum "True Blue".

- Like a Prayer (1989) do álbum homônimo.

- Vogue (1990), da trilha do filme Dick Tracy ("I’m Breathless").

- Deeper and Deeper (1992), do álbum "Erotica".

- Justify My Love (1990), do álbum "Immaculate Collection".

- Take a Bow (1994), do álbum "Bad Time Stories".

- Ray Of Light (1998), do álbum homônimo.

- American Life (2003), do álbum homônimo.

- Hollywood (2003), idem.

- Hung Up (2005), do álbum "Confessions on a Dance Floor".

CARREGANDO :)

Confira o canal de vídeos de Madonna no YouTube para recaptular fases de sua carreira

Turnê
Primeiro show da turnê
Madonna com seu filho adotivo David e sua filha Lourdes Maria
Na abertura do MTV Video Music Awards em 2003, Madonna causou polêmica ao beijar Britney Spears na boca
Madonna quando ganhou o prêmio de Melhor Artista Feminina Internacional no Brit Awards em fevereiro de 2006, em Londres
Madonna em junho de 2001, durante apresentação da turnê
Turnê
Madonna em foto de 1990
Turnê
Divulgação do CD
Divulgação do álbum
Gravação do vídeo

Quem é fã já conhece a história, desde que Madonna Louise Veronica Ciccone se transformou simplesmente em Madonna, o maior fenômeno não só da música, mas de toda uma cultura pop, que hoje completa meio século de existência. Só uma dessas fãs, a inglesa Lucy O’Brien, foi mais fundo e resolveu entrevistar deus e o mundo para relembrar histórias e contar detalhes da convivência com ela. O resultado está no calhamaço de quase 500 páginas do minucioso livro "Madonna: 50 Anos - A Biografia do Maior Ídolo da Música Pop" (Editora Nova Fronteira, de R$ 40 a R$ 59,90).

Publicidade

Lucy era uma das muitas pessoas que achavam Madonna fútil, fabricada, musicalmente insossa. Mas bastou ver um pouco mais da performance da estrela na tevê para virar admiradora incondicional, nos primórdios da carreira, em 1985. O mito Madonna nasceu realmente representando aquilo que a indústria fonográfica tinha de mais artificial. Cantava mal, manipulava a mídia, etc.

Se qualquer espirro da poderosa vira notícia é porque a mídia também adora ser manipulada por ela. O curioso é que tudo nela gera interesse, desde que ganhou a simpatia da comunidade gay (da qual virou rainha mesmo), de latinos e negros, de mulheres liberadas.

Com suas atitudes progressistas, Madonna mexeu com a sexualidade do mundo, com a mesma intensidade que leva milhões às pistas de dança - uma coisa está interligada à outra, claro. O fato de ter um nome sagrado, ligado à maternidade, misturando sexualidade e espiritualidade (como no célebre clipe de "Like a Prayer"), selou sua imagem de provocativa. Como diz a cantora Tori Amos no livro de Lucy O’Brien, "a união dos temas Madonna, virgem e sexo foi como reiniciar o computador da Madonna histórica".

Arquivo sonoro

No início era a voz esganiçada, os figurinos e acessórios over, bem ao estilo dos anos 80. Depois vieram as superproduções e as polêmicas, sempre bem arregimentadas, tendo muito sexo como detonador.

Publicidade

A segurança da maturidade artística trouxe também à tona o lado conservador de Madonna, mas também uma atitude mais politizada.

Boa moça e as câmeras

Sua carreira de artista é volátil, mas, paradoxalmente, é isso que faz a força do mito de Madonna. "Like a Virgin", ela se refere constantemente a outros mitos e, projetando-se em Marlene Dietrich e Marilyn Monroe, faz a passagem da vamp à mulher, na vida, no palco e na tela. Mesmo quando canta, Madonna está sempre ‘representando’. É uma carreira e tanto. Madonna surgiu em "Procura-se Susan Desesperadamente", de Susan Seidelman, no qual sua presença na tela nunca teve mais frescor. Tudo bem que ela fez tolices como "Quem É Esta Garota?", de James Foley, mas o saldo é mais do que estimável. Filmes como "Neblina e Sombras", de Woody Allen; "Garota 6", de Spike Lee; e o díptico "Cortina de Fumaça/Sem Fôlego", da dupla Wayne Wang e Paul Auster, qualificam qualquer currículo.

O caso de Dick Tracy é particular. Dirigida com mão de ferro por Warren Beatty, que encarna o herói dos quadrinhos, Madonna é sublime - seu grande momento de atriz/cantora - no número "Sooner or Later" (a contribuição de Stephen Sondheim não é pouca coisa). O caso de "Na Cama com Madonna", de Alex Keshishian, é mais delicado.

O filme é muito mais um documentário fake concebido como peça promocional. Quando Madonna faz sexo oral na garrafa, a imagem remete a suas aparições sadomasoquistas. Apesar desse gosto pela transgressão pública - ela demoniza os crucifixos como José Mojica Marins, não? -, você sabe que, no limite, ela é uma boa moça, mãe responsável (que, por sinal, fez questão de colocar a filha num colégio tradicional).

Publicidade

Como adora o desafio, Madonna assumiu o de dirigir o próprio filme. E fez "Filth and Wisdom", que estreou no Festival de Berlim, em fevereiro. Ficção nas bordas do documentário (e vice-versa), o filme mostra três personagens na batalha da sobrevivência em Londres - uma dançarina, uma garota que sonha trabalhar para uma ONG na África e um emigrante ucraniano (que rouba o filme). "Filth and Wisdom" foi disponibilizado na internet. Madonna revela-se uma diretora muito interessante. Essa garota, agora cinqüentenária, não cessa de surpreender.