Lançamento
Na Estrada com os Ramones. Monte A. Melnick e Frank Meyer. Tradução de Alexandre Saldanha. Edições Ideal, 264 págs., R$ 34. Biografia.
Em 1980, a banda nova-iorquina Ramones tocava em Tóquio, no Japão, em um clube que ficava no oitavo andar de um edifício quando começou um terremoto.
Fazer a terra tremer enquanto tocava era a especialidade do quarteto que inventou o punk rock e, por isso, talvez, a banda nem tenha percebido os tremores enquanto plateia e equipe nos bastidores se agarravam nas paredes para não cair no chão.
Essa é uma das inúmeras histórias do livro Na Estrada com os Ramones, escrito por Monte A. Melnick, empresário das turnês da banda, em parceria com o jornalista Frank Meyer.
Melnick trabalhou com os Ramones por 22 anos e esteve em todos os 2.263 shows do quarteto. Desde a estreia em agosto de 1974, em Nova York, até a despedida em agosto de 1996, em Los Angeles.
O livro contudo não é a versão de Melnick para a história das turnês da banda. Essa é contada por diversas vozes que fizeram parte dela, como outros membros da equipe, fãs, colaboradores, músicos, jornalistas, namoradas, groupies e, claro, os próprios integrantes do grupo em todas as suas formações.
Portanto, em relatos às vezes conflitantes, estão descritas as prisões, as overdoses, as muitas brigas, separações, trocas de integrantes, as reconciliações e o fim da banda.
Muitos depoimentos tocam em algumas feridas expostas, como a briga entre o vocalista Joey e guitarrista Johnny depois que a namorada deixou o primeiro para casar com o segundo.
No geral, há ótimas histórias de viagens que falam das relações com outras bandas, do roubo da van com os instrumentos, da obsessão pela loja de conveniência 7-11 e outras idiossincrasias famosas dos Ramones.
Fãs mais ardorosos vão se deliciar coma a quantidade de informações técnicas sobre a montagem dos palcos e equipamentos usados pela banda. O material gráfico do livro, que tem a maioria dos cartazes de shows, traz fotos pessoais de momentos íntimos, uma lista com a data e local de todos os shows e outros itens de memorabília dos Ramones.
Quinto Ramone
O próprio Melnick é um personagem interessante e faz parte da história do grupo. "Sair em turnê é ao mesmo tempo tirar longas férias e começar em um emprego sem fim", escreveu.
Das primeiras viagens em vans sucateadas nas quais o empresário tentava convencer guardas, durante batidas policiais, que levava "um grupo de doentes mentais" para explicar o comportamento desajustado da trupe até a última turnê, ele foi o quinto Ramone: o cara que resolvia os problemas e o alvo preferencial das sacanagens que a banda aplicava entre si.
"Éramos um bando de caras que querem fazer sexo seja com as namoradas seja com groupies. Drogas praticamente fazem parte do caminho na estrada e quase todo mundo quer usá-las o máximo que pode. Mas estávamos todos lá por um motivo a música e era isso que a banda levava mais à sério", conta Melnick.
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