Qualidade da animação fica aquém dos concorrentes da Pixar e Dreamworks| Foto: Gramercy Pictures/Divulgação

Se você tem filhos pequenos, provavelmente já rebaixou suas expectativas a respeito de opções de entretenimento para toda a família. Do mar de opções de animação, você sabe que poucos filmes vão atingir o nível da satisfação emocional de “Inside Out”, das ousadas aventuras de “Como Treinar o Seu Dragão” e do visual deslumbrante de “Kung Fu Panda 3”.

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Mas mesmo de acordo com o nada exigente padrão de coisas-que-suportamos-por-nossos-filhos, “Ratchet & Clank” fracassa. A não ser que você tenha oito anos de idade ou seja um devoto fanático da franquia de jogos pra Playstation em que o filme é baseado, não há nenhuma razão para assistir a ele.

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Uma história das origens dos personagens do videogame, o filme relata a criação da dupla de membros das forças especiais intergalácticas que lhe dá o nome. Ratchet (voz de James Arnold Taylor) é um lombax, um alienígena com aspecto de gato, que trabalha como mecânico com seu chefe elefantino e único amigo, Grimroth (John Goodman). Quando o líder ditatorial da Blarg, Presidente Drek (Paul Giamatti), começa a evacuar e destruir planetas, os Rangers Galácticos – liderados pelo musculoso Capitão Qwark (Jim Ward) – saem em uma busca estilo “American Idol” para encontrar uma nova e corajosa adição à sua equipe.

Previsivelmente, o sonho da vida de Ratchet sempre foi se juntar aos Rangers, mas seu desempenho na prova de admissão não impressiona o Capitão Qwark, que o dispensa. De volta à sua casa, nosso herói esbarra em um pequeno robô que se revela uma máquina de guerra “defeituosa” do maligno Drek e de seu cientista maluco (Armin Shimerman). Ratchet imediatamente o apelida de Clank (David Kaye). Combinando o entusiasmo de Ratchet com o conhecimento de Clank a respeito da estratégia de Drek, eles conseguem obter duas vagas no cobiçado esquadrão.

Seria o próximo passo salvar a galáxia?

A premissa parece fácil de fazer funcionar. Mas, trabalhando a partir do roteiro de T. J. Fixman, Kevin Munroe e Gerry Swallow, os diretores Jericca Cleland e o próprio Monroe não conseguem gerar nenhuma conexão emocional com os personagens caricaturais. Todos os Rangers veteranos são tipos mais-músculos-do-que-cérebro que atiram sem parar, e nenhum deles dá ouvidos à especialista em tática/psicanalista da equipe (Rosario Dawson) – ou ao Clank – apesar de suas estratégias serem muito mais inteligentes do que “me dê algo em que atirar”.

De maneira nada surpreendente, o humor deixa muito a desejar, com tiradas sobre vômito e recorrentes piadas nada engraçadas envolvendo a scooter estilo Segway de Drek. Mesmo o pouco de elenco de peso – Sylvester Stallone como um soldado robótico – quase nem dá para notar.

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Visualmente, não há nada que valha a pena mencionar. As cenas com multidões são particularmente fracas e os fundos contêm pouco dos detalhes impressionantes que distinguem animações excepcionais das medíocres.

Assim como “Norm e os Invencíveis” e “O Que Será de Nozes”, “Ratchet & Clank” vai muito provavelmente fazer a galera com menos de 10 anos rir – e provocar aversão em todos os demais.