Desfile da Gucci na Semana de Moda de Milão| Foto: REUTERS/Alessandro Garofalo

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O velho embate entre ciência e paranormalidade, com sua multidão de embusteiros, é a base do diretor e roteirista Rodrigo Cortés (de Enterrado Vivo) para o suspense Poder Paranormal, que estreia nesta sexta-feira nos cinemas. A trama mostra como a fé das pessoas é explorada por falsários que prometem curas milagrosas, contato com parentes mortos, ou, pelo contrário, ameaça-os com o desconhecido, influenciando suas decisões.

É no intuito de acabar com a encenação que dois paladinos da ciência atendem a chamados e armam o flagrante para prender os fraudadores. A psicóloga Margaret Matheson (Sigourney Weaver) e o físico Tom Buckley (Cillian Murphy, o Espantalho da trilogia O Cavaleiro das Trevas) encontram apenas uma pedra em seus sapatos: o paranormal cego Simon Silver (Robert De Niro), mais convincente do que todos os casos com que já se depararam, afastado dos palcos depois que seu principal detrator morreu subitamente de um infarto não explicado. Tudo leva a crer que Silver é a prova concreta de que existem mais coisas entre o céu e a terra do que pode supor nossa vã filosofia, mas Margaret nega que Buckley o investigue, o que obviamente só aguça a curiosidade do físico.

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Mas é aí que as coisas começam a degringolar. A presença perturbadora de Silver começa a atormentar Buckley em seus sonhos e em eventos estranhos que acontecem ao longo do dia. Disposto a desmascarar o paranormal de vez, o cientista resolve estudar cada passo do que acha que é sua performance.

O grande problema no longa de Cortés está em seu conceito. É difícil deixar-se envolver por um filme sobre paranormalidade que trata o assunto desde o começo como charlatanismo, por mais que tudo indica que não seja. A estrutura da trama tenta manter a imparcialidade, mas é impossível, e por mais que tente se criar uma grande aura de mistério em torno do personagem de Robert De Niro, o ator não é nem de longe a melhor escolha para o papel. Por fim, tudo o que se tenta fazer ao longo das quase duas horas de longa é miseravelmente destruído no final, numa inexperiente manobra do roteirista que sai pela culatra.

No final, Poder Paranormal é um filme que se constrói contraditoriamente, e termina interessando mais aos já iniciados sobre o assunto. Vale como um suspense bem didático sobre um gênero popular que não deixa de suscitar curiosidades, mas não envolve tanto o espectador. GG1/2

Classificações: GGGGG Excelente. GGGG Muito bom. GGG Bom. GG Regular. G Fraco. 1/2 Intermediário. N/A Não avaliado.