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Uma sala com cheiro de café, duas poltronas e muitos livros espalhados é o ambiente físico onde os dois amigos protagonistas de Os Leões conversam e passam o tempo a ler e jogar xadrez. Nota-se a realidade material daqueles móveis, ao mesmo tempo que uma sensação de surrealidade ganha corpo, à medida que os diálogos corriqueiros deixam perceber imprecisões e ausências de lógica. Altamente sugestionáveis, os dois enveredam-se por histórias que criam e são capazes mesmo de convencer a platéia.

No tempo e espaço suspensos de um apartamento à beira mar em uma cidade sem mar, a narrativa lentamente rompe com as amarras da realidade e apresenta a inconsistência da memória e da racionalidade. O personagem de Alexandre Nero diz ao de Diego Fortes, ambos anônimos, que uma vez lhe contaram sobre alguém que havia perdido o próprio universo. Parece que algo parecido aconteceu aos dois.

Os Leões é despretensiosa – e isso é uma grande qualidade que já aparecia em Café Andaluz, a montagem anterior da companhia A Armadilha. Ambas recorrem ao humor sutil e têm como mérito a encenação de um texto inédito no Brasil. No caso de Os Leões, o texto foi traduzido e adaptado por Diego Fortes a partir da obra do escritor espanhol Pablo Miguel de la Vega y Mendoza (1911 – 1955).

Com a montagem que terá ainda mais quatro apresentações no Fringe, A Armadilha se firma como uma das mais promissoras companhias de teatro curitibanas. GGG1/2

Serviço: Os Leões. TEUNI – Teatro Experimental da UFPR (Pça. Santos Andrade, Prédio Histórico da UFPR), (41) 3360-5066. Dias 27, às 18h; 30, às 21h; 31, às 24h; e 1º de abril, às 21h. Ingressos a R$ 14 e R$ 7 (meia).

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