Reality americano faz versão de Adão e Eva no inferno

Um homem e uma mulher completamente nus encontram-se pela primeira vez. Eles passarão os próximos 21 dias juntos e a sós, convivendo apenas com a natureza.

Parece cenário de um romance ideal? Não é. É o ponto de partida de Naked and Afraid (na tradução, nus e amedrontados), reality show do Discovery cuja primeira temporada terminou nesta semana nos Estados Unidos e que deve estrear no Brasil até o ano que vem.

Anunciado pelo canal como "o Everest dos desafios de sobrevivência", o programa dividiu a crítica americana e fez uma associação de famílias conservadoras dos EUA propor um boicote ao canal por exibir o que chamou de "pornografia leve".

O reality não mostra nudez frontal. Um efeito distorce a imagem de seios e dos genitais masculino e feminino. Só o bumbum dos participantes não é "censurado".

"A nudez tem um papel importante no programa e torna o desafio único em muitos sentidos", diz o coordenador de produção Chris Horangic. "Sem roupas para protegê-los, os sobreviventes têm de ser engenhosos e usar suas habilidades para obter o básico para viver: proteção, água e comida. É um exercício de técnicas de sobrevivência primais pelo qual nossos ancestrais passaram, assim como Adão e Eva", afirma.

Horangic e o produtor-executivo Steve Rankin veem Naked and Afraid como "o programa que redefine os realities de sobrevivência", porque "não há incentivo financeiro ou competição" e "os participantes fazem isso não por fama ou dinheiro, mas por si mesmos".

A convivência forçada entre as duplas engendra uma rotina de casal, com momentos de irritação e reclamações. "É difícil se manter positiva com alguém reclamando o tempo todo ao seu lado", desabafa a dublê Ky, sujeita a picadas de mosquitos e tempestades na Louisiana, ao lado do escritor Billy.

Enquanto preparam a segunda temporada do reality, os produtores dizem esperar "que o Brasil possa preencher todas as necessidades para uma locação".