Premiados
Longas-metragens
Filme (júri oficial e crítica) Cão sem Dono
Filme (voto popular) O Mundo em Duas Voltas
Direção Ricardo Elias (Os 12 Trabalhos)
Ator Leonardo Medeiros (Não por Acaso) e Sidney Santiago (Os 12 Trabalhos)
Atriz Tainá Muller (Cão sem Dono)
Ator Coadjuvante Flávio Bauraqui (Os 12 Trabalhos)
Atriz Coadjuvante Branca Messina (Não por Acaso)
Roteiro Os 12 Trabalhos
Fotografia Não por Acaso
Montagem Não por Acaso
Direção de arte 5 Frações de uma Quase História
Edição de Som O Mundo em Duas Voltas
Trilha Sonora Os 12 Trabalhos
Prêmio Especial do Júri 5 Frações de uma Quase História (pela iniciativa de uma criação coletiva de uma nova geração de realizadores)
Curtas-metragens
Película 35mm
Filme (júri oficial e crítica) Vida Maria (CE)
Filme (voto popular) Cabaceiras (PB)
Direção Kleber Mendonça Filho (Noite de Sexta, Manhã de Sábado PE)
Ator Nando Cunha (O Homem DF)
Atriz Joana Seibel (Fúria RJ)
Roteiro Vida Maria
Fotografia Joyce (SP)
Montagem Schenberguianas (PE)
Direção de arte Fúria
Edição de som Pixiguinha e a Velha Guarda do Samba
Trilha sonora Vida Maria
Prêmio Especial do Júri Joyce
Prêmio Aquisição do Canal Brasil: Beijo de Sal (RJ) e Trecho (MG)
Vídeo Digital
Vídeo (júri oficial e crítica) O Jumento Santo e a Cidade Que se Acabou (PE)
Vídeo (voto popular) O Sapo (RJ)
Direção Marcelo Trotta (Além de Café, Petróleo e Diamantes SP)
Roteiro O Jumento Santo e a Cidade Que se Acabou
Montagem O Jumento Santo e a Cidade Que se Acabou
Prêmio Especial do Júri Otávio Augusto (ator) pelo vídeo Ruínas
Recife Cão sem Dono, de Beto Brant e Renato Ciasca, foi o vencedor do 11.º Cine PE, encerrado na noite de domingo. O longa-metragem dos diretores paulistas, filmado em Porto Alegre, dividiu os principais prêmios do evento pernambucano com outros dois filmes de São Paulo: Os 12 Trabalhos, de Ricardo Elias, e Não por Acaso, de Phillipe Barcinski.
A fita de Brant e Ciasca levou os troféus Calunga de melhor filme pelo júri oficial e pela crítica, além de melhor atriz para a estreante Tainá Mueller. Os 12 Trabalhos recebeu o maior números de prêmios entre os longas, cinco: melhor diretor, roteiro, trilha sonora, ator coadjuvante (para Flávio Bauraqui) e ator (para o jovem Sidney Santiago), que dividiu a laureação com Leonardo Medeiros, de Não por Acaso. A produção de Barcinski também ganhou os Calungas de melhor fotografia, montagem e atriz coadjuvante para Branca Messina.
Os demais troféus da mostra de longas ficaram com O Mundo em Duas Voltas (melhor filme pelo júri popular e edição de som) e o mineiro 5 Frações de uma Quase História (melhor direção de arte e prêmio especial do júri).
O júri oficial reconheceu o equilíbrio entre os três melhores filmes do evento. Apresentado no sábado, Cão sem Dono, que era favorito aos prêmios do festival ao lado de Não por Acaso, é mais um trabalho intimista de Beto Brant, dando seqüência à nova fase de sua cinematografia, iniciada em Crime Delicado (2005) e distanciando-se cada vez mais da temática da violência que marcou a trilogia inicial de sua carreira, formada por Os Matadores, Ação entre Amigos e O Invasor.
O cineasta que dividiu a direção do filme com Ciasca, seu produtor e parceiro de longa data aprimora sua atual proposta de cinema, apresentando personagens mais próximos do público, com direito até a um happy end. O filme estréia no dia 11 de maio em Porto Alegre e em seguida em algumas capitais.
A expectativa era grande em relação a Não por Acaso, que causou verdadeira comoção do público antes da lotada sessão de sexta-feira passada, pela presença do astro e protagonista Rodrigo Santoro no Cine-Teatro Guararapes. O filme não decepciona. Tem um competente trabalho dos atores e uma boa direção, mas é muito "certinho" para um cineasta que se destacou no curtametragismo pela originalidade e inventividade. O roteiro, do próprio Barcinski, confirma alguns traços dessas características do cineasta, mas também revela algumas concessões (trilha sonora excessiva, final previsível) comuns a filmes produzidos por produtoras (no caso, Fox Filmes, Globo Filmes e O2 Filmes) que buscam grandes audiências no cinema. Não por Acaso deve estrear nacionalmente no dia 7 de junho.
Os 12 Trabalhos pode ser considerado a surpresa da premiação do Cine PE, pois não estava cotado como favorito e acabou sendo o principal vencedor em número de troféus. O interessante filme sobre os motoboys da capital paulista revela duas promessas: o diretor Ricardo Elias, que teve uma grande evolução em relação à estréia com De Passagem (2003); e o ator negro Sidney Santiago, protagonista da produção que pode, no futuro, seguir os passos de Lázaro Ramos. O filme já está em cartaz em algumas praças, mas ainda não tem previsão de estréia em Curitiba.
O nível dos longas veio em um crescendo desde o início do Cine PE. Antes de conferir os três melhores trabalhos já citados, passaram pela mostra os fracos Atabaques Nzinga e O Côco, a Roda, o Pneu e o Farol, e os irregulares O Mundo em Duas Voltas e 5 Frações de uma Quase História, que realmente não mereceram maiores considerações do que o júri oficial atribuiu. O festival poderia ter ficado mais forte com os bons títulos recentes do cinema pernambucano atual, como Baixio das Bestas (Cláudio Assis), Deserto Feliz (Paulo Caldas) e Cartola (Lírio Ferreira e Hilton Lacerda). Segundo a organização, houve convite para alguns desses filmes, mas não se chegou um acordo com os produtores para que eles integrassem o evento, mesmo como produções hors-concurs.
Curtas
As mostras de curtas-metragens do Cine PE 2007 reuniram uma boa quantidade de trabalhos de qualidade. A seleção do evento foi feliz por reunir alguns dos melhores filmes que passaram em festivais recentes.
O destaque ficou para o gênero animação, que levou os principais prêmios das duas competitivas. Na categoria película 35mm, que tinha pelo dez filmes em condições de vencer o festival, o campeão foi Vida Maria, bem sacado desenho feito por computador realizado pelo cearense Marcos Ramos melhor filme pelo júri oficial e pela crítica, roteiro e trilha sonora. De forma original, a obra fala do interminável e triste ciclo das mulheres de uma família nordestina, que só vivem para ter filhos e cuidar da casa.
Nos vídeos digitais, o grande vencedor foi a divertida animação O Jumento Santo e a Cidade Que se Acabou, dos locais William Paiva e Leonardo Domingues melhor vídeo pelo júri oficial e crítica, roteiro e montagem. O vídeo fala de uma primeira tentativa frustrada de Deus criar o homem. Na mesma categoria, destaque ainda para o carioca O Sapo, vencedor pelo voto popular, que traz uma bonita e sensível história sobre a primeira paixão de um menino. Os filmes adquiridos pelo Canal Brasil, escolhidos por críticos do evento, foram Beijo de Sal, de Felipe Barbosa (RJ), e Trecho, de Clarissa Campolina e Helvécio Martins (MG).
O repórter viajou a convite do evento.
Deixe sua opinião