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Com tradução de Marcelo Backes, acaba de sair no Brasil Nas Peles da Cebola, de Günter Grass (Record, 424 págs., R$ 60). O livro de memórias do escritor premiado de O Tambor causou um bocado de polêmica na Alemanha quando foi lançado, no ano passado. Tudo porque Grass confessou que, na adolescência, fez parte da juventude hitlerista.

Vencedor do Prêmio Nobel de Literatura em 1999, Grass é uma espécie de consciência da nação alemã, além de ser considerado um paladino da social-democracia.

Ao admitir ter servido às tropas nazistas de Adolf Hitler no últimos meses da Segunda Guerra Mundial – até ser preso pelos americanos em 1945 –, Grass gerou toda sorte de indignação. Chegaram a exigir que devolvesse o Nobel (inclusive o US$ 1 milhão que o acompanha).

Nas Peles da Cebola procura ser mais do que um acerto de contas de Grass com o seu passado nazista. A narrativa abrange o período entre 1939 e 1959 – do final da infância do escritor (hoje com 80 anos) ao ano em que publicou O Tambor.

Em suas memórias, o autor se mostra como o soldado que não deu um só tiro, o único sobrevivente de pelo menos três massacres em que todos os que estavam com ele morreram, um escritor respeitado que acabou se tornando um ícone da literatura alemã contemporânea.

Entre suas obras mais conhecidas, se destacam Um Campo Vasto, A Ratazana, Anos de Cão, O Linguado e Maus Presságios. O Tambor é tido como uma das obras-primas literárias do século 20.

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