Recortes sobre o Pantanal

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Das várias viagens que realizou ao Pantanal, o fotógrafo Marcelo Krause voltava sempre com um bom perrengue para contar. O pior deles foi justamente o que passou ao lado de um amigo experiente, que realizava um caminho para ser guia de viagem. Era época de seca. Por isso, tinha como passar tranquilamente pelos rios com o carro. Por precaução, alguém sempre vai antes, andando, para alertar se é possível ir em frente. Em um dos dias, os dois deixaram a cautela de lado, e o carro afundou. Na hora, Krause só pensou: "Preciso salvar meu equipamento fotográfico."

Veja algumas fotos do livro de Marcelo Krause

Essa é apenas uma das histórias que ele viveu para fazer o livro Pantanal – Terra e Água, com fotografias da região, que será lançado hoje em Curitiba.

Como diz o título, a compilação de imagens, que levou sete anos para ficar pronta (o livro foi inscrito na Lei Rouanet e patrocinado pelo Grupo Barigui) traz fotografias tanto da natureza exuberante da terra quanto da presente embaixo dos rios, já que Krause é experiente em fotos submarinas e de natureza.

Ele foi o primeiro brasileiro a receber um prêmio no Festival Mondial de L´image Sous-marine, em 2011, e também ganhou, um ano antes, a nomeação de uma de suas fotos como Highly Commended no BBC Wildlife Photographer of the Year 2010, considerado o "Oscar" da fotografia de natureza.

Nada mal para quem, há poucos anos, tinha a fotografia somente como hobby. Engenheiro de formação, Krause trabalhou no mercado financeiro e fez mestrado em administração no exterior. Depois de lançar seu primeiro livro em 2004, sobre Fernando de Noronha, decidiu "dar uma chance" e se dedicar 100% à fotografia. "É uma área difícil financeiramente, mas está valendo a pena."

A escolha do Pantanal aconteceu de forma descompromissada, mas foi levada adiante por Krause, que achou que a região renderia "um bom livro". Entre seus lugares preferidos por lá está a Serra do Amolar, localizada na divisa com a Bolívia. "Você tem toda aquela planície e depois montanhas de quase mil metros. Para chegar, aluguei um avião monomotor e fiquei uma semana, me comunicando apenas por rádio."

Começo

Curitibano, Krause aprendeu a gostar de natureza com o pai, que o ensinou a mergulhar em Caiobá. Desde pequeno, gostava de fotografar e, aos 9 anos de idade, ganhou uma máquina que ia a 10 metros de profundidade. Aos 20, fez curso de mergulho e investiu em um equipamento melhor. "E o hobby foi ficando cada vez mais sério." Além de Pantanal, o fotógrafo já está com dois outros livros em fase final: um sobre o estado de Pernambuco e outro intitulado Ave Paraná, sobre os pássaros do estado.

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