Rede TV! sai do ar após programa 'homofóbico'

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Por decisão judicial, a Rede TV! está fora do ar no estado de São Paulo desde as 21h de segunda-feira. As transmissões via satélite (canais a cabo e outros estados) não foram interrompidas, de acordo com a emissora. Na segunda-feira, o procurador da República Sérgio Suiama, do Ministério Público Federal (MPF), pediu a interrupção do sinal da emissora pelo prazo de 48 horas, "ou até que os administradores da empresa comprometam-se, por escrito, a exibir os programas indicados pelos autores e a efetuar o pagamento necessário à produção dos dez programas determinados".

A liminar foi concedida pela juíza Rosana Vidor. No mês passado, o Ministério Público já havia entrado com uma ação civil pública com pedido de cassação da concessão da Rede TV!. O motivo da ação é o quadro de pegadinhas do programa "Tarde Quente", apresentado por João Kleber, de segunda a sexta-feira, às 17 horas, e aos sábados às 18 horas. O quadro está suspenso, de acordo com a Rede TV!, desde 8 de novembro. No lugar do "Tarde Quente" está sendo exibida a atração "Vila Maluca".

Segundo o MPF, o quadro de pegadinhas faz ofensas às pessoas, principalmente aos homossexuais. Imagens apreendidas na emissora também no mês passado mostravam chamadas do programa que diziam "bichas fazem festa no banheiro", "acha que vai ser servido por gostosa, mas é travesti", "bicha atrevida faz pedestre se passar por gay e apanha", além chamar outras pessoas de galinha ou trouxa.

De acordo com o Ministério Público Federal, a Rede TV! recusou-se a cumprir determinações judiciais anteriores, todas relacionadas à ação que pedia a cassação da concessão da emissora e indenização à sociedade, no valor de R$ 20 milhões, por desrespeito aos Direitos Humanos e homofobia. No lugar do programa, a emissora deveria exibir um programa educativo produzido pelo MPF e por nove Ongs. Isso não aconteceu.A Rede TV! deveria também substituir o horário do programa, que é vespertino, para depois das 23h30m e ainda mudar o conteúdo, excluindo a exposição de homossexuais, bissexuais e transgêneros.

A emissora, segundo o MPF, se recusou a atender o oficial de justiça que cumpria mandado de intimação para o depósito judicial e não exibiu o programa inicial, produzido pelo Ministério Público Federal.

O DIÁRIO tentou localizar o apresentador João Kleber, mas a emissora informou que ele está em Portugal.