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Estão à venda a partir do meio-dia de hoje os ingressos para o recital de guitarra portuguesa do instrumentista e compositor Pedro Caldeira Cabral no dia 18, no Teatro da Caixa. A apresentação faz parte da Série Solo Música.
Referência no instrumento, o trabalho do músico português remonta ao fim dos anos 1960, quando já compunha para a guitarra portuguesa um tipo de cítara europeia semelhante ao bandolim (veja o serviço completo deste show no Guia Gazeta do Povo). O programa do recital, que vem sendo apresentado na Europa com o título O Labirinto da Guitarra, reflete sua longa pesquisa no instrumento.
Concebido como uma antologia, o repertório começa no século 16, com peças de compositores como Pedro de Escobar (1465-1535) e Anthony Holborne (1545-1602), e passa pelo barroco com Scarlatti (1685-1757) e Carlos de Seixas, (1704-1742).
Abordando um período que, diferentemente do anterior, já possui registros de composições originais para o instrumento, o programa passa pelo Romantismo e se encerra com uma fase de música contemporânea, que terá obras do próprio Cabral em homenagem ao célebre guitarrista português Carlos Paredes (1925-2004).
Em entrevista por telefone para a Gazeta do Povo, o músico conta que esta abordagem da música contemporânea para a guitarra portuguesa é inédita no Brasil. "Normalmente, tenho vindo ao país apresentar a vertente mais tradicional, baseada na música da tradição oral o mundo do fado", conta Cabral, que diz haver uma nova geração promissora que escreve para o instrumento.
"São, normalmente, pessoas que estudarem universidades, com formação musical muito completa, e estão trabalhando uma nova linha de composição contemporânea bastante radical", explica o músico.
A renovação também teria ligação com uma "requalificação do fado", impulsionada pela classificação do estilo português como Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 2011.
"Esse estatuto trouxe um novo interesse também por novas relações entre o fado e outros tipos de música", conta Cabral. "Há jovens compositores de fado que estão buscando inspiração também no Brasil. Isso é muito interessante e muito novo. No passado, foi exatamente o contrário: eram os intérpretes de fado portugueses que vinham ao Brasil e inspiravam os brasileiros."
A presença do instrumento português na antiga colônia, aliás, será um dos temas da palestra A História da Guitarra Portuguesa, que o músico realiza no dia 19, também no Teatro da Caixa.
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