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São vários os objetivos do projeto Memória Musical, iniciativa das equipes de comunicação e produção do espaço Sesc da Esquina, que promove, de amanhã ao final do mês de outubro, encontros musicais inusitados entre bandas locais e artistas renomados do cenário brasileiro em tributos a ícones da música.

Entre eles, estão compreender a produção da cultura nas esferas musical, política e histórica; destacar aqueles que se apresentaram como peças-chave para a constituição de tal cultura; e promover o resgate de suas obras a fim de mantê-las vivas para um melhor entendimento do presente.

Idealizado no ano passado, o projeto, de acordo com o coordenador de atividades do Sesc da Esquina, Jonas Prates, foi tomando forma a partir da idéia central de criar um diálogo entre as cenas musicais local e nacional. "Nosso principal critério na escolha das parcerias foi criar encontros não óbvios, que pudessem resultar em releituras inusitadas de repertórios consagrados", explica, Prates, em entrevista ao Caderno G.

Levando em conta quesitos como excelência musical e importância na cena cultural, a equipe elegeu quatro nomes a serem homenageados: James Brown, Chico Science, Tom Jobim e Rita Lee. Quanto aos artistas de renome nacional, escolhidos a partir de critérios semelhantes aos dos homenageados, a seleção do projeto privilegiou nomes de gêneros musicais bastante distintos como o ex-paulista André Abujamra, o rapper carioca Black Alien, a dupla gaúcha Kleiton e Kledir e a cantora paulista Fernanda Porto. Já entre a cena local, o projeto optou por grupos de destaque no cenário curitibano como Universo em Verso Livre, Alexandre Nero e Maquinaíma, Excelsior e Maxixe Machine.

Cruzados os homenageados e homenageandos, criou-se um calendário composto por quatro shows, em que uma banda local apresenta, com a participação especial de um artista nacional, um repertório de releituras de canções dos quatro ícones selecionados. O resultado do primeiro "cruzamento" poderá ser conferido amanhã, às 20 horas, no Teatro Sesc da Esquina, em que o septeto curitibano Universo em Verso Livre, ao lado do cantor, compositor, multiinstrumentista e produtor paulistano André Abujamra, presta tributo ao pai do soul James Brown. "Até sermos convidados para participar do projeto, nenhum integrante da banda considerava o James Brown uma influência", confessa o percussionista Beline Cidral, um dos membros do Universo em Verso Livre. Segundo Beline, a formação curitibana identificava-se mais com os projetos musicais do próprio Abujamra (Mulheres Negras, Karnak e solo) do que com o do próprio homenageado, atitude transformada durante o processo de ensaios e escolha de repertório para o tributo. "Pesquisamos muito sobre a vida dele, ouvimos todos os álbuns possíveis para escolher o que tocar, assistimos a vídeos de diferentes fases e ficamos estarrecidos ao constatar a energia e a vitalidade que ele preservou ao longo dos anos. Hoje podemos dizer que James Brown definitivamente passou a ser uma grande referência para nós", conta o percussionista.

Para o show de logo mais, dividido em três partes – uma em que a banda interpreta canções de James Brown em arranjos fiéis aos originais; outra em que são apresentadas músicas do norte-americano repaginadas a partir de ritmos surgidos do soul e de sua influência (hip-hop, disco e R&B, por exemplo); e uma terceira em que o próprio estilo do grupo é incorporado às faixas de Brown – a banda irá apresentar até um figurino inspirado no lendário soulman durante as cerca de 16 releituras, que serão somadas a duas canções próprias de Abujamra e uma da banda curitibana.

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