Informações
A Documenta será aberta ao público de 16 de junho a 23 de setembro. São, portanto, cem dias de mostra.
A sede do evento é Kassel, cidade que conta com cerca de 250 mil habitantes, localizada a 180 quilômetros de Frankfurt, no centro da Alemanha.
O ingresso para um dia da mostra custa 18 euros (12 euros para estudantes). Para dois dias, o preço é de 27 euros (18 euros para estudantes).
A Documenta mantém um site sobre a mostra (www.documenta12.de) e a empresa Kassel Tourist divulga informações sobre hotéis, restaurantes e passeios (www.kassel-tourist.de).
Kassel, Alemanha Durante cem dias, artistas de todas as partes do mundo se concentrarão em Kassel, cidade no centro da Alemanha, para lidar com o desafio de representar e discutir o complexo tema da modernidade e, ao mesmo tempo, formar um novo público. Essa é a proposta da 12.ª edição da Documenta, uma das mais importantes exibições de arte contemporânea do mundo, que será realizada a partir de 16 de junho.
Criada em 1955 pelo pintor alemão Arnold Bode como uma exposição transitória, a Documenta rapidamente adquiriu peso no cenário da arte contemporânea e passou a ser montada a cada cinco anos. O objetivo de Bode era levar ao público alemão uma mostra de um tipo de arte da qual havia sido privado. Entre a metade da década de 30 e o fim da Segunda Guerra, a arte moderna foi isolada na Alemanha pelo regime nazista por ser considerada "degenerada".
Essa faceta educacional, em que as origens da arte moderna são trazidas à tona para formar um público que dela havia sido isolado, será reapresentada na edição deste ano. Para o diretor artístico da mostra, Roger Buergel, a Documenta tem a oportunidade de abastecer um debate público sobre a arte. "Educar significa assegurar que há de fato um público e uma arena pública", coloca Buergel na descrição do leitmotiv (fio condutor) da exposição.
A Documenta propõe ainda outras três questões aos artistas convidados. A primeira é sobre o conceito de modernidade, demonstrando mais uma vez a ligação desta edição da mostra com a proposta original de Bode. O debate se estende sobre a sobrevivência da modernidade e a utilidade de idéias que dela emergiram, como identidade e cultura. Já o terceiro foco será a vida humana e sua vulnerabilidade.
Estrutura
Apesar de ainda não ter sido oficialmente divulgada, a lista de artistas e obras que serão expostas na Documenta 12, conta com a presença certa de pelo menos um brasileiro. O artista plástico paulista Ricardo Basbaum é um dos poucos nomes até então confirmados pela organização do evento. O brasileiro criou 20 peças metálicas de 18 quilos, que desde o ano passado estão passando de mão em mão, em diversas cidades do mundo. Além das esculturas, as experiências de quem conviveu com as peças também integrarão a exibição.
Porém, enquanto a relação de participantes da 12.ª Documenta é mantida em segredo, a direção da exposição abriu para uma primeira visita alguns dos locais que irão sediar o evento. Neste ano, a mostra ganha musculatura com a montagem de um galpão de 9,5 mil metros quadrados no principal parque da cidade, o Karlsaue. Com estrutura metálica e paredes de plástico transparente, o espaço chamado de Aue-Pavillion, ganhou o apelido de Palácio de Cristal. Ele está inserido em um cenário barroco, cercado por estátuas e um grande edifício bastante adornado chamado Orangerie. "Parte do Aue é um labirinto no qual cada um faz seu próprio caminho", explica Buergel. O pavilhão, que lembra uma grande estufa usada para o cultivo de verduras, custou cerca de 3 milhões de euros e irá abrigar 140 obras.
Outros quatro ambientes serão usados neste ano. Um deles é o Museum Fridericianum, palco da primeira Documenta, quando ainda apresentava danos provocados por bombardeios da Segunda Guerra, que receberá 85 obras. Para fazer a configuração do espaço, os curadores se inspiraram no formato usado pelo Museu de Arte de São Paulo (Masp). As salas amplas ganharam divisórias suspensas que dão liberdade para o visitante passear por entre as obras.
Pelo menos outras 170 obras serão distribuídas entre a Documenta-Halle, um moderno edifício erguido em 1992 para abrigar a administração da mostra; o castelo Wilhelmshöhe, construído no fim do século 18; e a Neue Galerie, museu montado na segunda metade do século 19.
Histórico
A magnitude atingida pela Documenta até hoje parece um acidente de percurso na história de Kassel, que entrou para o mapa graças à exposição. Sede da segunda maior unidade da Volkswagen na Alemanha e de outras grandes fábricas, a cidade industrial aparece como um destino secundário para quem faz turismo no país, por não possuir os mesmos atrativos arquitetônicos, culturais e econômicos de outras cidades médias, como Heidelberg e Hannover; nem o dinamismo de cidades maiores, como Frankfurt e Munique.
A primeira edição da mostra foi despretensiosa. O pintor Arnold Bode aproveitou que a cidade receberia em 1955 uma feira sobre jardinagem e preparou uma exibição de 570 obras de 148 artistas. Entre eles, Pablo Picasso, Wassily Kandinsky e Marc Chagall. O público aprovou e as bilheterias da Documenta registraram a presença de 130 mil pessoas. Quatro anos mais tarde, Bode repetiu a dose. A partir da quarta edição, a mostra passou a ter curadores transitórios, escolhidos a cada cinco anos, e se firmou como uma das mais importantes do mundo.
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