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Portão Cultural: porteiro e bilheteiro do cinema e do teatro são a mesma pessoa. | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Portão Cultural: porteiro e bilheteiro do cinema e do teatro são a mesma pessoa.| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
  • Espaço ganhou uma nova sala de reserva técnica para guardar 4 mil obras de arte
  • Painel de Poty Lazzarotto: Muma abriga o acervo do artista

Fechado desde 2005 para reformas, o Museu Metropolitano de Arte de Curitiba (Muma), está, finalmente, com boa parte das obras avançadas e tem previsão de reinauguração em março do ano que vem. O espaço de 4 mil metros quadrados deve ajudar a impulsionar a vida cultural do Portão, um bairro populoso, que se desenvolveu rapidamente com empreendimentos imobiliários e comerciais de grande porte. O centro cultural terá um teatro de, em média, 200 lugares, ateliês de arte digital, casa de leitura e reabertura do Cine Guarani, fechado em 2003 pelo Corpo de Bombeiros por conta da falta de cisterna e rotas de fuga. O local também tinha sérios problemas com infiltrações, telhado danificado e parte elétrica comprometida.

A obra é uma das atrasadas em Curitiba. Conforme matéria publicada em março pela Gazeta do Povo, onde foram realizadas análises de contratos de diversas secretarias , entre elas a Fundação Cultural de Curitiba (FCC), a reforma estava entre as metas não cumpridas pela gestão municipal. Hoje, 80% da reestruturação está concluída.

Até agora, o custo foi de R$ 4,3 milhões, com reformulação da parte hidráulica e elétrica, novo telhado, instalação de elevador e rampas para acessibilidade, reforma no cinema e no teatro e redefinição de espaços. A finalização, com implementação de acabamentos, deve ser de R$ 1,2 milhão, segundo a diretora administrativa e financeira da FCC, Maria Angélica da Rocha Carvalho. Um novo processo licitatório será realizado até a primeira quinzena de setembro para, entre outros serviços, climatização e iluminação cênica. Os recursos são de potencial construtivo e do orçamento municipal.

Quadros de Pablo Picasso, Cân­­dido Portinari, Djanira, além do acervo de Poty Lazzarotto, po­­derão ser vistos pelo público nas três salas de exposição, que estão praticamente prontas. Atualmente, o acervo do Muma está temporariamente abrigado no Memorial de Curitiba. Assim que as obras forem concluídas, voltará ao espaço, que ganhou uma sala de reserva técnica com condições ideais de temperatura e umidade. "O acervo não ficou estagnado e cresceu nesses anos, com doações e obras adquiridas por meio de edital", diz a diretora de patrimônio cultural da FCC, Marili Azim.

No dia da visita da reportagem, as velhas poltronas do Ci­­ne Guarani estavam sendo retiradas e a FCC informou que elas serão reaproveitadas.O cinema seguirá a programação já realizada na Cinemateca, com mostras e filmes fora do circuito comercial. Já o teatro terá foco em apresentações infantojuvenis, no entanto, companhias que realizarem projetos junto à fundação poderão usá-lo (assim como utilizam o Novelas Curitibanas).

A nova distribuição do espaço (criado para ser um centro comercial, em 1977) pretende causar um impacto visual em quem circula pela região ou passa pelo terminal de ônibus. "A atuação da FCC na região sul pode ser otimizada aqui. Queremos que os moradores, e também as novas gerações que estão chegando no bairro, passem a frequentar o centro cultural", frisa o superintendente da fundação, José Roberto Lança.

Atraso

O Muma ficou três anos (de 2005 a 2008) fechado antes do início das reformas. A demora, explica a diretora administrativa e financeira, deveu-se ao atraso de verbas. "Tínhamos um orçamento previsto com o Fundo de Desenvolvimento Urbano, verba federal regida pelo governo estadual. Estávamos prontos para começar a licitação quando o estado recusou. Por isso, ficamos mais tempo levantando recursos." Outro fator, diz a FCC, é a especificidade da obra, que precisou de diversos projetos do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc). Sobre o fato da prefeitura não ter tomado uma providência antes de os problemas se tornarem mais complexos, a fundação frisou que algumas exigências, como falta de acessibilidade e novas demandas do Corpo de Bombeiros surgiram com o decorrer dos anos.

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