Oficina de Música: promessa de “agendamento prático de quatro anos”| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Instrumental

Show de encerramento traz gênero instrumental inspirado no samba jazz

O nome da banda que faz o show de encerramento da Oficina de Música de Curitiba amanhã, no Guairão, é uma brincadeira com o samba jazz – fusão dos dois gêneros feita nos anos 1960 por grupos de baixo, bateria e piano como o Zimbo Trio.

No Pagode Jazz Sardinha’s Club, esta mistura inclui pandeiro, violão, bandolim e outros instrumentos das rodas de choro e samba que originalmente levavam o nome de "pagode" – antes da explosão do gênero romântico nos anos 1990.

O grupo, formado por Eduardo Menezes (baixo), Roberto Marques (trombone), Eduardo Neves (flautas e saxofones), Marcos Esguleba (percussão), Xande Figueiredo (bateria) e Bernardo Bosisio (violão e guitarra), apresenta o repertório do disco Cidade Mestiça (2011).

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Programe-se

Encerramento da Oficina de Música de Curitiba – Pagode Jazz Sardinha’s Club

Teatro Guaíra (Pça. Santos Andrade, s/nº), (41) 3304-7900. Dia 29, às 21 horas. R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada).

Termina amanhã, com um show do grupo carioca Pagode Jazz Sardinha’s Club no Guairão (leia mais ao lado), a 31.ª edição da Oficina de Música de Curitiba, que começou no dia 9 de janeiro.

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De acordo com a organização, cerca de 1.850 alunos participaram dos cursos nas etapas de música erudita e popular – número próximo ao do ano passado (em torno de 1,9 mil), ainda que o atraso na confirmação do evento, provocado pelo processo de transição na prefeitura no fim do ano passado, tenha levantado dúvidas sobre sua realização e, na percepção do diretor artístico de música antiga, Rodolfo Richter, prejudicado a procura por alguns cursos. "O aluno que precisava investir seu tempo e não sabia se a Oficina iria acontecer em algum momento teve de decidir entre esperar a divulgação ou fazer outro curso de verão", disse Richter, durante a primeira etapa do evento.

Entre as respostas à fragilidade do evento diante da mudança de governo evidenciada por esta edição estão a oficialização do evento por lei aprovada pela Câmara Municipal, em dezembro, e a promessa do presidente da Fundação Cultural de Curitiba (FCC), Marcos Cordiolli, de um "agendamento prático de quatro anos" para as próximas edições.

"É o mínimo para a Oficina fluir com a qualidade que outros eventos similares têm", disse Cordiolli, em entrevista por telefone para a Gazeta do Povo.

Mudanças

O presidente da FCC também anunciou como um dos focos para as próximas edições o fortalecimento de convênios com instituições de música de outros países. Elas passariam a ter participação regular na Oficina de Música por um prazo maior e alguns de seus professores poderiam ministrar cursos e fazer participações em concertos ao longo do ano – também uma demanda citada por Richter.

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Haveria ainda a intenção de se criar franquias do evento em outras capitais, cidades do interior do Paraná e até em outros países – tratativas com a Venezuela já estariam "avançadas" – e de se incluir concertos ao ar livre na programação artística. "Já em 2014 deveremos ter exposições menores em espaços de grande circulação e também grandes concertos", disse.

Formato

Procurado pela reportagem para avaliar o atual formato da Oficina de Música, o maestro Osvaldo Colarusso apontou outras necessidades de mudança no evento, que estaria fraco do ponto de vista da formação.

"A Oficina está curta demais", disse Colarusso, por telefone, lembrando que a duração dos cursos diminuiu de um mês para em torno de sete dias ao longo de suas três décadas. Os concertos dos professores de renome internacional teriam se tornado o fato mais importante do evento, o que não valeria o investimento feito para trazê-los. "É preciso ter clareza de que a prioridade da Oficina de Música é o aluno", disse.