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Bandeiradas

- Volpi começou a pintar em óleo sobre tela. Entre as décadas de 1940 e 50, voltou-se para a técnica da têmpera sobre tela, com tintas à base de água preparadas por ele mesmo. O artista não abandonou mais essa técnica, com a qual criou a maior parte dos quadros em exposição na mostra Volpi – O Mestre de sua Época.

- A retrospectiva no Museu Oscar Niemeyer traz, entre outras telas, "Costureiras" (1940), "Manequins e Melancias" e "Vista de Santos com o Mar ao Fundo" (1950), "Sereia", "Grande Barco Negro" e "Bandeirinhas e Mastros"(1960). - Alfredo Volpi morreu em 1988.

Alfredo Volpi nasceu em 1896, na cidade de Lucca, na Itália. Pouco mais de um ano depois, já aportava no Brasil, país que adotaria como pátria, apesar de nunca ter se naturalizado brasileiro. Por aqui, foi pintor de paredes e teve uma vida humilde. O talento artístico demorou a revelar-se. Só aos 48 anos, Volpi estreou sua primeira mostra individual, mas o reconhecimento ainda tardaria uma década. Veio finalmente em 1954, quando o artista dividiu com Di Cavalcanti o prêmio da 2.ª Bienal de São Paulo e alcançou o auge da repercussão já nos anos 1970.

A trajetória desse artista durante meio século, com telas pintadas desde os anos 20, será apresentada ao público amanhã na exposição Volpi – O Mestre de Sua Época, em cartaz no Museu Oscar Niemeyer.

Esta é a primeira vez que Curitiba recebe uma mostra individual de Alfredo Volpi. Além do ineditismo que, portanto, representa, a exposição se sobressai pela abrangência (são 116 telas) e pela curadoria de Olívio Tavares de Araújo, especialista no trabalho do pintor.

Araújo conheceu a vida e a obra de Volpi em 1971, quando dirigiu um curta metragem sobre o italiano. Na mesma década, lançou o livro Volpi: A Construção da Catedral e, desde então, aprofundou-se nos estudos sobre o artista. A exposição que traz à cidade é a terceira de uma série retrospectiva sobre o artista, iniciada em abril do ano passado com uma mostra no Museu de Arte Moderna de São Paulo. Em março deste ano, foi a vez do Malba, em Buenos Aires, receber o percurso artístico de Volpi.

Para a seleção que traz a Curitiba, o curador manteve 60% de obras em comum com as duas mostras anteriores, acrescentou dois quadros inéditos e teve o cuidado de escolher telas que revelassem aspectos menos conhecidos da produção do "pintor das bandeirinhas" – que, promete, surpreenderão o público. "As bandeirinhas são a marca registrada sobretudo a partir da década de 70. A produção anterior é pouco conhecida.

Volpi tem uma trajetória muito linear, passando da pintura totalmente figurativa para a abstrata, em função da própria evolução da linguagem dele", observa Araújo. Essa transformação estará representada em uma das paredes do MON, sob o título "A grande evolução".

O artista sempre se dedicou ao lado artesanal do trabalho de pintor, construindo seus próprios pincéis e telas e criando suas tintas com pigmentos naturais. Sua obra mais valorizada se destaca pelos jogos de composição geométrica, luzes e cores. Olívio Tavares de Araújo observa que Volpi é "um pintor original, que inventou sozinho sua própria linguagem", fato "raro na arte produzida em países do terceiro mundo, cuja cultura erudita sempre deve algo a modelos internacionais".

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Serviço: Volpi – O Mestre de Sua Época. Museu Oscar Niemeyer (R. Marechal Hermes, 999), (41) 3350-4400. Abertura para o público amanhã, às 10 horas. Visitação de terça-feira a domingo, das 10 às 18 horas. Ingressos a R$ 4 (adultos) e R$ 2 (estudantes). Crianças de até 12 anos, maiores de 60 anos e escolas públicas agendadas não pagam.

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