Risorama começa com bronca gratuita de Nany People na plateia

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A primeira noite do Risorama 2010, mostra de humor stand-up idealizada há sete anos por Diogo Portugal dentro do Festival de Curitiba, começou neste domingo (21) com uma bronca gratuita da comediante Nany People na plateia que lotou o "forno" Park Cultural, às margens da BR-277 onde cerca de mil pessoas suavam para ver a apresentação em um ambiente sem ar condicionado.

A bronca foi uma resposta às reclamações de um público descontente que comprou "no escuro" o ingresso do Risorama. De um público que pagou para ver um espetáculo que reúne artistas e seus personagens sem saber ao certo a programação até as vésperas do show. Em outras palavras: você compra e descobre depois de algumas semanas que aquele humorista do CQC que você tanto quer ver, vem. E aí, caro leitor, torça para ter ingressos extras.

"O Risorama reúne de uma só vez humoristas de diferentes vertentes. Cada um responde por sua agenda. Se quiser ver show solo do carinha do CQC vai para São Paulo. Todos nós adoramos estar aqui. A gente vem por amizade ao Diogo Portugal. Vocês não imaginam a dificuldade que ele tem em reunir esse pessoal. Vocês evoluíram. Estão mais exigentes. O Hassum e o Rafinha Bastos não vêm. Imprevistos acontecem. Vocês pagaram para ver quem não vai ver", disse uma descontraída Nany People abrindo seu leque.

A plateia acostumada a rir descontroladamente nos shows da drag queen ficou muda por segundos. Nany People não demorou a encerrar o assunto. "Agora, quero ver o jeito curitibano de receber", em resposta às tímidas palmas de alguns gatos pingados ansiosos pelo show que começou com quase meia hora de atraso. Todos atenderam ao pedido e sob aplausos ela fez sua nova entrada, desta vez com o figurino do show.

O clima logo ficou descontraído. O primeiro a subir ao palco foi o criador do festival, Diogo Portugal. Ele foi breve, mas arrancou risos da plateia principalmente ao falar da curitibana Tessália.

O Risorama também tem a função de servir de vitrine a novos talentos. Murilo Couto, da novela "Malhação", deu conta do recado. Não perdoou nem Luciana Gimenez e ainda divertiu com sua análise da relação homem x mulher.

Depois, subiram ao palco o bêbado de Fábio Silvestre, o carioca Marcos Veras com suas imitações dos cantores da música brasileira (imperdível vê-lo cantar o sertanejo Daniel e João Bosco), Marcelo Mansfield e, por fim, para surpresa da plateia: Nany People anuncia Rafinha Bastos.

O humor do CQC agradou e muito aos ansiosos por sua presença. Sem perder a cumplicidade do público, o comediante fez piadas leves e se aventurou a brincar com temas espinhosos como a fé e a pedofilia.

Cada artista teve no máximo quinze minutos de permanência no palco, com apresentações anunciadas e entremeadas por Nany People, que interagiu e brincou com os homens da plateia de maneira divertida e inteligente. A drag queen, então, encerrou o espetáculo: "Eu adoro essa cidade. Curitibanos, parem de falar mal de Curitiba". Outra bronca, Nany People?