Rock in Rio no Rio, só em 2014. E isso graças a um outro evento internacional, a Copa do Mundo, que voltará os olhos do público - e o bolso das empresas - para o país do futebol. O problema não é daqueles de se queixar ao bispo. Além da dificuldade de bancar a vinda das bandas em um período em que geralmente não há turnês no Hemisfério Norte (janeiro), a organização se depara com um outro - talvez pouco notado - custo-Brasil: nós, os brasileiros, somos atores principais de um senão comprometedor, a falta de educação.
Os custos no país de itens como limpeza e segurança são muito maiores - até 10 vezes - do que na Europa, informa Roberto Medina, homem que há mais de 30 anos inaugurou a era dos grandes festivais internacionais do país.
Pode até ser choro de empresário (sim, os empresários também choram, e muito, além da conta às vezes), mas o calendário de eventos com a marca Rock in Rio no exterior, em especial Portugal e Espanha, parece comprovar o diagnóstico de Medina. Além de ocorrer este ano em maio, junho e julho em Lisboa e Madri, o evento deverá ocorrer nos mesmo locais em 2008 e 2010. Ou seja, ao final do período, haverá mais Rock in Rio fora do Brasil do que aqui.
- Meu desafio e compromisso é fazer 2014 - diz o empresário, ao explicar que será a Copa do Mundo no Brasil o fio condutor a reconectar os brasileiros e o Rock in Rio. - Até porque posso alavancar internacionalmente os patrocínios, porque o mundo estará voltado para o Brasil.
Mas não é para perdermos a esperança de vez. Embora os custos no país sejam mais altos e, segundo Medina, o mercado publicitário brasileiro tenha dificuldade de apoiar eventos que não levem no nome a marca do patrocinador - outra causa para "seca" de Rock in Rio por aqui -, Rodolfo Medina, filho do empresário e presidente-executivo da empresa que toca os eventos promovidos pela família, quer antecipar a realização do festival no Brasil.
- Ele pensa diferente de mim e acha que pode haver antes - conta Roberto, por telefone, de Madri, onde foi anunciar a versão madrilenha do festival, sem dar muita confiança ao desejo do herdeiro.
Enquanto pai e filho se decidem, ficam os números: a expectativa de Medina é reunir 3 milhões de pessoas nas versões futuras do festival, até 2010. Nas edições passadas, o Rock in Rio somou público de 4 milhões de pessoas. Para manter a marca em alta - e atingir as previsões, Medina mostra ter se rendido às mídias não-tradicionais, em especial, à internet.
Bom, enquanto o festival não aporta por aqui, aos brasileiros restará se divertir com o Rock in Rio virtual. Sem trocadilhos. Medina pretende construir uma Cidade do Rock no estilo "Second Life" (site que simula a vida real e no qual cada um tem uma representação de si e pode levar uma segunda vida), onde será possível assistir a shows de artistas transmitidos diretamente de estúdios, andar pelas tendas e interagir com outros participantes.
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