| Foto: Sossella

Fechando as contas da impressionante (pela quantidade) temporada de blockbusters que tomou conta das telas do mundo em 2007, o campeão de público foi novamente um filme da franquia Piratas do Caribe, que arrecadou quase U$ 1 bilhão nas bilheterias do planeta. Mas o terceiro longa estrelado por Johnny Depp no papel do impagável capitão Sparrow decepcionou, assim como as várias continuações apresentadas no ano – Shrek Terceiro, Homem-Aranha 3 e Duro de Matar 4.0, bem bem fraquinhas se comparadas aos antecessores; outras como Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado, Treze Homens e um Novo Segredo e 007 – Cassino Royale foram um pouco melhores que os filmes que as precederam.

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Nesse cenário de superproduções, um dos trabalhos mais interessantes da temporada acabou sendo aquele sobre o qual não se esperava muita coisa, Transformers, de Michael Bay, já disponível nas locadoras – só para lembrar, o melhor arrasa-quarteirão do ano foi O Ultimato Bourne, disparado.

Os robôs que se transformavam em carros e aviões foram verdadeira febre nos anos 80, vendendo muitos brinquedos e fazendo muito sucesso na tevê com um desenho animado. Mas, pensando bem, a animação nunca foi lá essas coisas – fãs, podem espernear à vontade com a constatação; o pessoal oitentista talvez seja o que mais cultua coisas trash (vide a febre das festas relacionadas ao período, que teima em não terminar). Um filme sobre os personagens parecia algo que faria alegria apenas de nerds crescidos, que guardam os bonequinhos até hoje.

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Mas não é que Bay, ao lado de Steven Spielberg (produtor do longa), conseguiu criar uma fita muita divertida e cheia de ação com os robozinhos? Em seu melhor trabalho no cinema (ao lado do primeiro Os Bad Boys), o diretor apresenta versões modernizadas dos Transformers e seqüências de tirar o fôlego, todas a cargo da Industrial Light & Magic, de Georgel Lucas.

Muitas vezes, história é o que menos importa nesse tipo de produção, mas em Transformers ela até que chama a atenção, pois é centrada no personagem Sam Witwick, vivido pelo ótimo Shia LaBeouf, futura grande estrela hollywoodiana. Nerd até a medula e impopular no colégio, ele acaba descobrindo um artefato que é a chave para solucionar a guerra entre os Autobots (heróis) e Decepticons (vilões), seres robóticos que vêm do planeta Cybertron para se enfrentar na Terra – o primeiro dos robôs a chegar é Bumblebee, que se transforma em um Camaro envenenado (era um Fusca no original), comprado depois por Sam.

O rapaz vive algumas situações hilárias, seja com os pais ou com Mikaela Banes (Megan Fox), a menina mais bonita do colégio – outro fator de boas risadas no filme é o hacker medroso interpretado pelo sempre divertido Anthony Anderson. Sam e Mikaela se unem ao Autobots e têm participação decisiva na luta contra os Decepticons.

Se a greve dos roteiristas de Hollywood (atualmente em vigor) não atrasar o cronograma, Transformers 2 deve chegar aos cinemas em 2009. Se mantiver o mesmo nível de ação e humor do original, a diversão será garantida novamente. GGG1/2