A Plebe Rude (confira o serviço completo do show) está entrando em turnê em um momento propício. O documentário Rock Brasília A Era de Ouro, foi premiado no Festival de Cinema de Paulínia na semana passada e deve entrar em circuito ainda neste ano, e já estão em andamento as gravações do longa-metragem Somos Tão Jovens, sobre a vida de Renato Russo, a ser lançado em 2012. Os dois filmes contam uma história em que a Plebe é protagonista: ambos falam sobre a geração de Brasília dos anos 80, uma das mais importantes para o rock brasileiro.
Curitiba é o segundo destino na rota da banda, que se apresenta amanhã às 23 horas, no Yankee American Bar (R. Bispo Dom José, 2.160). O repertório, baseado no recém-lançado DVD Plebe Rude Rachando Concreto ao Vivo em Brasília, inclui o histórico disco O Concreto Já Rachou, lançado em 1985. As músicas "Até Quando Esperar", "Proteção", "Johnny Vai à Guerra (Outra Vez)", "Minha Renda", "Sexo e Karatê", "Seu Jogo" e "Brasília" estão entre as 21 faixas gravadas para o DVD, que também inclui músicas de outros discos da banda, como Nunca Fomos Tão Brasileiros (1987) e Plebe Rude (1998).
"Queremos mostrar a boa e velha Plebe", diz o vocalista e guitarrista Philippe Seabra, que faz questão de reforçar que a banda jamais se afastou de sua proposta inicial, e que os filmes vão mostrar um pouco dessa história. "Gosto de saber que estamos mostrando que já se fez rock sério nesse país", diz . "Se tem uma coisa que ficou do legado da Plebe é que vale a pena ter princípios. É uma banda que já se deu mal por se recusar a baixar a cabeça para o mercado, a gravar a música de alguém. Você sofre, é difícil ser coerente. Mas é recompensado e tem o respeito das pessoas."
Além de Seabra, fazem parte da banda o baixista André X também da formação original, que surgiu em 1981 , o baterista Txotxa (ex-Maskavo Roots) e o também guitarrista e vocalista Clemente, fundador da banda Inocentes e pioneiro do punk nacional.
Princípios
Seabra diz que os fãs da banda, conhecidos como "plebeus", exigem coerência dos músicos um reflexo da cobrança que os membros da própria Plebe Rude fazem ao rock. O vocalista e guitarrista faz críticas contundentes à cena brasileira atual. "Vejo muita desarticulação. Bandas que não têm o que dizer, que conseguem dinheiro do governo e começam a brigar. Essa não é a postura. Não é para isso que entrei na música", diz.
"Hoje em dia o que se tenta é aparecer ao máximo, fazer clipe, disponibilizar download para celular. E a música, o que vai ficar? Alguém vai lembrar de você? Tem que ter a faísca, e poucas bandas têm isso", diz Seabra, que atribui o senso crítico das bandas de sua geração ao momento que viviam na capital federal. A geração dos anos 2000, em sua opinião, é dispersa.
"Brasília não era colorida, não tinha óculos, praia, bermuda. Era cinza, a gente apanhava da polícia, tinha que mandar as músicas para a censura. É claro que isso vai transparecer na música. Nossa influência foi Brasília. O pós-punk ajudou a catalisar, mas nenhuma banda de Brasília se parecia com outras. Hoje, os grupos parecem versões mais pobres de alguma coisa", diz.
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