• Carregando...
A banda Plebe Rude, no show que deu origem ao DVD Rachando Concreto ao Vivo em Brasília, gravado em 2009: grupo quer mostrar que já se fez “rock sério” no Brasil | Divulgação
A banda Plebe Rude, no show que deu origem ao DVD Rachando Concreto ao Vivo em Brasília, gravado em 2009: grupo quer mostrar que já se fez “rock sério” no Brasil| Foto: Divulgação

A Plebe Rude (confira o serviço completo do show) está entrando em turnê em um momento propício. O documentário Rock Brasília – A Era de Ouro, foi premiado no Festival de Cinema de Paulínia na semana passada e deve entrar em circuito ainda neste ano, e já estão em andamento as gravações do longa-metragem Somos Tão Jovens, sobre a vida de Renato Russo, a ser lançado em 2012. Os dois filmes contam uma história em que a Plebe é protagonista: ambos falam sobre a geração de Brasília dos anos 80, uma das mais importantes para o rock brasileiro.

Curitiba é o segundo destino na rota da banda, que se apresenta amanhã às 23 horas, no Yankee American Bar (R. Bispo Dom José, 2.160). O repertório, baseado no recém-lançado DVD Plebe Rude – Rachando Concreto ao Vivo em Brasília, inclui o histórico disco O Concreto Já Rachou, lançado em 1985. As músicas "Até Quando Esperar", "Proteção", "Johnny Vai à Guerra (Outra Vez)", "Minha Renda", "Se­­xo e Karatê", "Seu Jogo" e "Brasília" estão entre as 21 faixas gravadas pa­­ra o DVD, que também inclui músicas de outros discos da banda, como Nunca Fomos Tão Brasileiros (1987) e Plebe Rude (1998).

"Queremos mostrar a boa e velha Plebe", diz o vocalista e guitarrista Philippe Seabra, que faz questão de reforçar que a banda jamais se afastou de sua proposta inicial, e que os filmes vão mostrar um pouco dessa história. "Gosto de saber que estamos mostrando que já se fez rock sério nesse país", diz . "Se tem uma coisa que ficou do legado da Plebe é que vale a pena ter princípios. É uma banda que já se deu mal por se recusar a baixar a cabeça para o mercado, a gravar a música de alguém. Você sofre, é difícil ser coerente. Mas é recompensado e tem o respeito das pessoas."

Além de Seabra, fazem parte da banda o baixista André X – também da formação original, que surgiu em 1981 –, o baterista Txotxa (ex-Maskavo Roots) e o também guitarrista e vocalista Clemente, fundador da banda Inocentes e pioneiro do punk nacional.

Princípios

Seabra diz que os fãs da banda, conhecidos como "plebeus", exigem coerência dos músicos – um reflexo da cobrança que os membros da própria Plebe Rude fazem ao rock. O vocalista e guitarrista faz críticas contundentes à cena brasileira atual. "Vejo muita desarticulação. Bandas que não têm o que dizer, que conseguem dinheiro do governo e começam a brigar. Essa não é a postura. Não é para isso que entrei na música", diz.

"Hoje em dia o que se tenta é aparecer ao máximo, fazer clipe, disponibilizar download para celular. E a música, o que vai ficar? Alguém vai lembrar de você? Tem que ter a faísca, e poucas bandas têm isso", diz Seabra, que atribui o senso crítico das bandas de sua geração ao mo­­mento que viviam na capital federal. A geração dos anos 2000, em sua opinião, é dispersa.

"Brasília não era colorida, não tinha óculos, praia, bermuda. Era cinza, a gente apanhava da polícia, tinha que mandar as músicas para a censura. É claro que isso vai transparecer na música. Nossa influência foi Brasília. O pós-punk ajudou a catalisar, mas nenhuma banda de Brasília se parecia com outras. Hoje, os grupos parecem versões mais pobres de alguma coisa", diz.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]