Homenagem
Festa de Despedida do Black Maxixe Machine, Black Maria e Convidados
Jokers. (R. São Francisco, 164, Centro), (41) 3324-2351. Hoje, a partir das 20 horas. R$ 15. Toda a bilheteria será destinada para a mãe do Black, Dona Dita.
A notícia deixou um nó na garganta da noite da cidade na última quarta-feira, 24. O iluminador, técnico de som e palco, além de bailarino, barman e cozinheiro Marco Antonio Ferreira, conhecido como Black, sofrera um acidente vascular cerebral que o deixou em estado grave em um hospital em São José dos Pinhais.
A corrente formada pelas centenas de amigos não bastou. No dia seguinte, Curitiba perdeu o profissional talentoso dos bastidores da música e o personagem marcante do underground boêmio com jovens 48 anos.
Hoje à noite, no Jokers, as bandas Maxixe Machine e Black Maria recebem convidados para um show de despedida e homenagem ao Black.
As duas formações que sobem ao palco têm uma longa história de colaboração com o iluminador, que também trabalhou com dezenas de artistas e bandas locais de diferentes estilos e gerações, como Djambi, Faichecleres e Locomotiva Duben, entre outras.
Todo o dinheiro arrecadado na noite de hoje será destinado à dona Dita Ferreira, mãe do artista. "Além de uma homenagem a um grande amigo, vamos dar uma mão até onde der para a família nesta hora mais difícil", diz Luiz Antonio Ferreira, guitarrista do Maxixe Machine e um dos organizadores do evento.
Amigo de infância e parceiro de trabalho por mais de trinta anos, Ferreira destaca a elegância de Black. "Eu gostava de chamá-lo de mister finesse. Gentileza e educação eram com ele mesmo", lembra.
Para Rodrigo Barros Del Rey, vocalista do Beijo AA Força e do Maxixe Machine, toda a cena musical da cidade sentirá muito a falta do profissional singular. "Não existe outro Black e, até por isso, as bandas não têm mais um formato em que possam usar técnico de som, de luz, um produtor profissional como ele", observa.
Além da lacuna no showbiz local, Barros avalia que o amigo e padrinho de casamento era o símbolo de uma boemia da cidade que deixa de existir com o seu desaparecimento. "Ele era uma espécie de Neal Cassidy curitibano [personagem central do livro On the Road Pé na Estrada, de Jack Kerouak]. Não era uma artista convencional. A forma com que o Black vivia era a poesia dele", define.
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