Depois de 60 anos na carreira de ator, Roger Moore admite que às vezes conta algumas mentirinhas.
Mas isso não deve impedir ninguém de comprar sua autobiografia, "My Word is My Bond", que está cheia de histórias - inventadas ou não - sobre sua vida nos palcos, na TV e no cinema.
"Eu disse coisas extraordinárias em entrevistas", afirmou Moore, que sempre será lembrado pelo papel do agente secreto James Bond. "Dei tantas respostas diferentes."
O ator de 81 anos falou à Reuters sobre essas entrevistas, seu livro e sobre sua hipocondria.
Você não se cansa de dar entrevistas?
Quando fazia o 007, tinha centenas de jornalistas e eu ouvia as mesmas perguntas 400 vezes e pensava em diferentes respostas. Então, eu criei toda uma história sobre roubar toalhas de hotel. Falei muitas coisas sem sentido.
Essas mentiras nunca lhe trouxeram nenhum problema?
Quando eu fazia a série 'Maverick', nos anos 1950, para a Warner Brothers, fazia muito calor no set e meus pés ficavam muito desconfortáveis dentro das botas de caubói.
Então, durante uma entrevista, eu disse que o motivo pelo qual havia tantos assassinos no Velho Oeste eram as botas - elas apertavam seus pés, eles ficavam de mau humor e então atiravam uns nos outros.
Cerca de um mês depois, Bill Orr, que era o diretor da Warner Brother TV, disse para mim: "Você sabe, a Acme Boot Company, que fornece essas botas, está muito chateada. É melhor você parar de falar essas coisas".
Por que você resolveu escrever um livro?
O empresário de Hollywood) Swifty Lazar me ofereceu 2 milhões de dólares para que eu escrevesse o livro e eu fui um bobo e disse "não, obrigado". Eu devia ter aceitado!
Mas, na verdade, eu comecei há 20 anos, quando Michael Caine me importunava para eu fazer isso. Mas eu não queria escrever sobre todos os meus amigos que ainda estavam vivos. Pareceria puxação de saco se eu escrevesse somente coisas boas sobre gente que ainda estava viva.
Mentira. Isso é uma desculpa. Eu sou muito preguiçoso.
Qual a importância da sorte na sua carreira?
Tive muita sorte. Quando você tem tanta sorte assim, há sempre um pouco de "faz de conta". Como quando um policial me perguntou (durante a Segunda Guerra Mundial) por que eu usava muletas (eu tinha levado um tiro de rifle na perna). Eu disse a ele que levei um tiro de Messerschmitt. Eu fantasiava muito.
Como era a Nova York de 1953, quando você foi para lá pela primeira vez?
Era uma época ótima para chegar da Inglaterra, onde a comida ainda era racionada. Aqui, você podia comprar caixas de barras de chocolate ou um quilo de bife em um hambúrguer. Quando fui embora, eu mesmo parecia um hambúrguer. Tinha barras Hershey saindo pelas minhas orelhas.
Você é mesmo obcecado por doenças e médicos?
Eu sou hipocondríaco. Eu adoro médicos e os listo no fim do meu livro, até o meu proctologista. Eu devo dizer que nunca vi seu rosto, não sei como ele é!
Em "007 na mira dos assassinos", você tira o som de Grace Jones da tomada porque não agüenta o volume. Você ainda a vê?
Ah, somos amigos firmes, passamos os fins de semana juntos!
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