Os roqueiros irlandeses Bob Geldof e Bono estão entre os mais cotados para receberem o Prêmio Nobel da Paz na sexta-feira, junto com candidatos mais ortodoxos, como ativistas contra as armas nucleares ou um mediador de paz na Indonésia.
Especialistas se dividem sobre a possibilidade de o misterioso comitê de cinco membros ousar ampliar o escopo do prêmio em 2005 para homenagear Geldof ou Bono. Os dois músicos fazem há anos campanha contra a fome e a pobreza na África.
Bono e Geldof, cujos nomes há poucos dias pagavam 66-1 em uma agência australiana de apostas, subiram agora para 7-1 e já estão em terceiro lugar na lista, depois que Stein Toennesson, importante analista norueguês do prêmio, colocou os roqueiros entre os seus favoritos.
- Se o comitê quer neste ano ir além na ampliação da sua interpretação de paz, o prêmio deveria ir para Bono ou Geldof - disse Toennesson, diretor do Instituto de Pesquisas da Paz, em Oslo.
No ano passado, o comitê recebeu aplausos e vaias por entregar o prêmio pela primeira vez a uma ambientalista, a queniana Wangari Maathai, por sua iniciativa de plantar milhões de árvores na África.
Depois dessa polêmica, os guardiões do prêmio, considerado o mais importante do mundo, podem relutar em inovar pela segunda vez. Ao todo, 199 candidatos foram indicados para o prêmio de 2005, que pode ser dividido entre até três deles.
- Se o prêmio abarcar virtualmente tudo o que for da moda, pode perder a intenção que tinha Alfred Nobel (seu fundador): impedir a guerra - disse Janne Haaland Matlary, professora de Ciências Políticas na Universidade de Oslo. - Acho que há dois problemas agudos no mundo - o trabalho antiterror e a proliferação de armas de destruição em massa - afirmou.
A lista dos favoritos continua sendo liderada pelo ex-presidente finlandês Martti Ahtissari, com 4-1, por mediar o acordo de paz entre o governo da Indonésia e os rebeldes de Aceh, o que encerrou neste ano um conflito que matou 15 mil pessoas. Em seguida vêm o senador americano Richard Lugar e o ex-senador Sam Nunn, pagando 6,5-1, por seu trabalho para desmantelar o envelhecido arsenal nuclear da antiga União Soviética.
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