Há dezesseis anos, os roteiristas de “Os Simpsons” previram que Donald Trump seria presidente. Eles expressaram seu arrependimento na noite de domingo, no primeiro episódio a ir ao ar após a vitória de Trump.
Nos créditos de abertura, que variam a cada episódio, Bart Simpson faz uma careta enquanto escreve no quadro negro: “É UMA DROGA TER RAZÃO”.
Isso fez referência a uma previsão feita num episódio dos anos 2000, que caracterizava Lisa, no futuro, como a primeira “mulher hétero” a se tornar presidenta. Bart, seu irmão mais velho, passou a vida inteira como vagabundo, mas no fim é o único que pode lhe oferecer uma solução que ela mesma não conseguia enxergar.
Lisa anuncia, na Sala Oval da Casa Branca: “Como você sabem, nós herdamos do presidente Trump um grande déficit no orçamento”.
Como o roteirista do episódio Dan Greaney contou recentemente a Michael Cavna, do Washington Post, Trump era a piada perfeita para a época. Os roteiristas estavam procurando pelo nome de alguma celebridade que soasse meio irônico, absurdista.
Salvação
“A história, na verdade, girava em torno de como Bart salva a presidência de Lisa”, disse Greaney.
“Lisa precisava lidar com um problema que estava além de suas habilidades” – do tipo que só Bart podia resolver.
Outra premonição
Além de “Os Simpsons”, a ficção científica “Interface”, de Neal Stephenson, pouco conhecido no Brasil, também tem sido apontada nos EUA como uma previsão da vitória de Trump. A obra fala de um candidato com um chip no cérebro conectado às pesquisas de opinião pública — ele só diz o que o povo quer ouvir.
Greaney diz que Trump “já parece um personagem dos ‘Simpsons’ – ele se encaixa muito bem lá, é caricato... Ele era uma figura simpática antigamente, de um jeito fanfarrão”.
“Mas agora que ele é candidato à presidência, tudo passou a me parecer bem mais sinistro”, disse o roteirista-produtor, que é ganhador de um Emmy, no começo do ano.
“Os Simpsons” fez uma piada com Trump no começo desta última temporada também, numa cena que mostrava ambos os principais candidatos de seus partidos recebendo uma ligação importante às 3 da manhã.
Hillary Clinton estava bem preparada, mas Trump a princípio ignorou a ligação, porque estava ocupado no Twitter falando mal de Elizabeth Warren, uma política do Partido Democrata e crítica de Trump, segundo Bethonie Butler, do Washington Post.
Ele atendeu a segunda ligação, mas sua elaborada rotina de maquiagem para aparecer em público o fez se atrasar para a reunião de emergência.
Marge anuncia, então, que irá definitivamente votar em Clinton. A ficha acaba caindo depois para Homer também.
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