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| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Quem pensa que só tem música velha no show do Roupa Nova se engana. Tem também, sim senhor, já que é o que boa parte do público quer ver e ouvir. Mas seja nos arranjos, seja na interpretação vocal – ou na surpresinha reservada para o fim –, a banda busca se reinventar para não oferecer a mesma apresentação que tantas pessoas já viram. E tem até música recém-lançada.

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"A gente tem dificuldade de tocar uma canção nova. É a hora que a pessoa levanta e vai no banheiro. Mas pensem: significa que a gente não parou de compor e que se preocupa em trazer algo mais para o público", disse o baixista Nando, na apresentação do último sábado (17) à noite, no Teatro Positivo.

O espetáculo é baseado no DVD gravado em um cruzeiro, mas não se limita às mesmas músicas. Em certo momento, o sexteto pede silêncio absoluto à plateia "europeia" de Curitiba e canta, à capela, sem microfone, "Yesterday", dos Beatles. A voz combinada e potente dos músicos chega até o fundo do teatro. O público só volta a fazer barulho ao fim da música, para aplaudir de pé.

A apresentação explora bastante os três telões, mostrando como foi gravado o DVD em alto mar – com a bateria, por exemplo, oscilando com as ondas – e passando trechos de parcerias, como Milton Nascimento. Os telões também reproduzem, em tempo real, a interpretação dos músicos (recurso pouco comum em teatros, mais usado em apresentações ao ar livre), aproximando do público Serginho Herval, "escondido" atrás da bateria.

O momento mais agitado é reservado à "Coração Pirata", cantada a plenos pulmões ao som de palmas e com a plateia já em pé. Em outro momento, o sexteto se divide em três duplas, para dar uma interpretação mais intimista às músicas. "Somos pessoas iguais a vocês. A gente canta e vocês vivem", resume Nando. É o baixista também que, cantando, conta a história da banda. A interação com o público é muito forte em toda a apresentação.

Compositores e arranjadores requisitados, eles mostram canções em que tiveram participação, mas pouca gente sabe, como o "Tema da Vitória" de Ayrton Senna e a música do Rock in Rio. Os sucessos da banda não cabem em duas horas de apresentação: foram 53 canções que estiveram no topo da lista de mais ouvidas. Roupa Nova também é recordista no quesito "música de novela", com 35 composições.

O "bis" é um show à parte. Depois de "supostamente" encerrar a apresentação com "Whisky a Go Go", eles retornam ao palco para a surpresa final. Mesmo sem colocar todos os sucessos autorais na apresentação, eles se dão ao luxo de cantar hits de outras bandas – mostrando versatilidade. O espetáculo termina ao som de Nirvana, Bon Jovi, Creedence, Bee Gees, Guns N' Roses e Pink Floyd. Mesmo sendo figurinhas carimbadas na cidade, com ao menos uma apresentação por ano, eles encerram o show prometendo voltar.

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Roupa Nova atravessa gerações

Sucessos da banda, marcada pela combinação de vozes, empolga os nostálgicos e ainda conquista novos fãs.

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