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Claro que a cantora Marie Fredrikssen e o guitarrista Per Gessle não são mais aqueles jovens de 30 anos que arrebataram o mundo em 1988, com o álbum Look Sharp!. Ambos contam hoje 53 anos – e Marie ainda sobreviveu a uma delicada cirurgia, que em 2002 removeu um tumor do seu cérebro. É bom ter isso em mente ao avaliar o show que o Roxette apresentou nesta terça-feira no Teatro Positivo, que abriu a etapa brasileira da Neverending Tour.

»Assista à abertura do show do Roxette em Curitiba

O casal – acompanhado de uma excelente banda – começou a todo vapor, por volta das 21h20, com a poderosa "Dressed for Success", um dos vários hits do álbum Look Sharp!, de 1988. Mas de saída Marie já baixou o tom da música e recorreu a artifícios melódicos para evitar as notas mais altas – estratégia que se repetiria ao longo de todo o show. Mesmo assim, a plateia lotada do Teatro Positivo foi ao delírio. O público se levantou no primeiro acorde da música de abertura do show e não mais se sentou.

Logo depois de dar um boa noite gritado para Curitiba, o vocalista Per Gessle deixou o público ainda mais enlouquecido: "É a nossa primeira vez aqui [Curitiba], mas não será a última", disse à plateia que balançava bandeiras da Suécia, cartazes e até letreiros luminosos.

Azeitada, a banda emendou "Sleeping in My Car", de Crash! Boom! Bang! (1994), e "The Big L.", de Joyride (1991). O repertório, alias, foi idêntico ao apresentado em Buenos Aires, no último dia 30. O primeiro grande momento do show foi "It Must Have Been Love", que fez parte da trilha sonora do filme Uma Linda Mulher, de 1990: Per Gessle anunciou a canção explicando que ela nasceu na fria Suécia e cresceu na quente Hollywood; aos primeiros acordes, na base da voz e violão, ele e Marie pararam de tocar e deixaram a plateia cantar toda a primeira estrofe. Foi de arrepiar... o mesmo aconteceu com "Spending My Time", outra balada de Joyride, que foi interpretada no primeiro dos dois bis.

As músicas mais novas, como "It’s Possible", do recém-lançado Travelling, e "She’s Got Nothing On (But the Radio), de Charm School (2011), também foram bem recebidas – e se encaixaram perfeitamente no repertório da banda.

Descontração

Um momento divertido do show foi a música "Joyride", a última da primeira parte do show. No verso "...and she’s telling all her secrets / in a wonderful balloon", várias bolas infláveis com o logotipo da banda foram lançadas sobre a plateia – mas a intenção de que o público brincasse foi frustrada, porque as pessoas preferiram guardar os balões como recordação.

Além desse momento descontraído, foi engraçado quando Marie Fredriksson, depois de ouvir muitos "I love you!!" vindo de um mesmo fã, resolveu responder: "I love you too!" (Eu te amo também).

A simpatia e o carinho da banda com a plateia atingiu o ápice no primeiro bis, antes do megahit "The Look": o guitarrista de apoio tocou a primeira parte inteira do Hino Nacional, foi acompanhado em coro e ovacionado pelo público. A apresentação terminou com um segundo bis, que incluiu a balada "Listen to Your Heart", de Look Sharp!, e a acústica "Church of Your Heart", de Joyride.

Mas um detalhe que chamou a atenção foi a performance contida de Marie Fredriksson, que pouco interagiu e parecia insegura ao longo de todo o show – talvez pela dificuldade em alcançar as notas mais altas, por conta do problema de saúde, pelo nervosismo ou tudo isso junto. Nada porém que comprometesse a apresentação da banda sueca. Como destacado no início do texto, se levarmos em consideração as circunstâncias, o Roxette ainda tem muita bala na agulha. GGG1/2

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