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Eduardo Simões e Kelly Eshima, em cena dos espetáculo Elizaveta Bam | Hedeson Alves/Gazeta do Povo
Eduardo Simões e Kelly Eshima, em cena dos espetáculo Elizaveta Bam| Foto: Hedeson Alves/Gazeta do Povo

A união do grupo Teatro de Breque e a Companhia Transitória resultou no espetáculo Elizaveta Bam (confira o serviço), que estreia hoje no Novelas Curitibanas. A peça é baseada no texto do russo Daniil Kharms, que apesar de ter sido escrito em meados da década de 1920, ainda pode ser considerado atual.

O argumento gira em torno da delicada relação familiar entre um pai, uma mãe e seus filhos e retrata – com certo extremismo – a dinâmica vida de seis personagens em momentos diversos de suas existências. O espetáculo é uma livre adaptação da obra original de Kharms e propõe, como forma de linguagem dramatúrgica, a plena utilização do espaço cênico.

"A peça toma todos os cômodos do casarão, pois a proposta dessa encenação diz respeito à apropriação do casarão e dos cenários por ele ofertados", destaca Pablito Kucarz, produtor responsável pelo projeto. Não à toa, a ação começa a se desenrolar desde o estacionamento do teatro, onde os atores têm a primeira interação com o público. "A ideia é tornar o espaço aliado da dramaturgia", explica Eduardo Simões, um dos atores do grupo.

Por conta dessa apropriação, às vezes o espectador terá de se esticar para ver uma cena, ou mesmo se apertar no corredor. Mas quem não gosta de teatro interativo pode ficar bem sossegado, pois apesar das caminhadas, não há participação efetiva do publico. "O que pedimos à plateia é mais essa disponibilidade: de ficar de pé, de seguir os atores pelos cômodos, etc.", tranquiliza Pablito.

O elenco é formado por jovens artistas – a maioria deles recém-saída da faculdade –, que decidiram pautar seu trabalho no interesse pela pesquisa, pelo experimentalismo e pelo aprofundamento dramatúrgico. Uma tentativa de renovação de uma forma de arte que necessita, urgentemente, de novas propostas, de ideias que fujam do hermetismo cênico e do tão conhecido lugar-comum.

Para garantir a qualidade da encenação, as companhias decidiram convidar três diretores para a supervisão dos trabalhos: Luciana Schwinden, Nadja Naira e Edson Bueno. Nadja chegou primeiro e foi quem ajudou os artistas a entender o que queriam mostrar e como isso poderia ser feito. Auxiliou também no estudo e na apropriação do material dramatúrgico. Luciana chegou depois. Ela é atriz da companhia de Teatro Vertigem e veio de São Paulo especialmente para o trabalho. Foi ela quem orientou os atores na hora de dispor a peça no espaço cênico e na adaptação a ele.

Há 20 dias da estreia quem to­­mou as rédeas do espetáculo foi Edson Bueno. Ele foi convidado a exercer um olhar externo sobre a peça. Segundo o elenco, a interferência trouxe mais qualidade ao desempenho do grupo, já que Bueno pôde prestar atenção e interferir diretamente no trabalho dos atores e na construção dos personagens. Ele mexeu no ritmo, no volume e deu um acabamento ao espetáculo.

Elizaveta Bam tem no elenco as atrizes Kelly Eshima, Flávia Sabina, Uyara Torrente e os atores Eduardo Simões, Diego Duda e Tiago Inácio. O resultado deste trabalho pode ser conferido até 16 de maio no Teatro Novelas Curitibanas.

Serviço:

Elizaveta Bam. Teatro Novelas Curitibanas (Rua Pres. Carlos Cavalcanti, 1.222), (41) 8405-7095 ou 3321-3358. De 15 de abril a 16 de maio, de quinta a domingo, sempre às 20 horas. Classificação indicativa: 18 anos. Ingressos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia entrada). Obs.: O estacionamento do teatro será interditado durante toda a temporada e o público do espetáculo poderá usar gratuitamente o estacionamento em frente ao teatro.

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