Campeões
Confira as cifras de alguns dos indicados ao Oscar 2013 que mais arrecadaram nas bilheterias:
As Aventuras de Pi: US$ 549 milhões
Os Miseráveis: US$ 341 milhões
Django Livre: US$ 310 milhões
Lincoln: US$ 204 milhões
Argo: US$ 196 milhões
O Lado Bom da Vida: US$ 112,9 milhões
A Hora Mais Escura: US$ 91,6 milhões
Amor: US$ 15 milhões
Desde 1998, ano em que sua estatueta foi disputada por fenômenos populares como Titanic, Melhor É Impossível e Gênio Indomável, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood não registra uma safra de concorrentes ao Oscar tão rentável quanto a de 2013. Quem dá esse atestado é o principal veículo de aferição de venda de ingressos da indústria cinematográfica americana, o portal Hollywood.com, do veterano analista Paul Dergarabedian, que avalia todas as categorias destinadas a longas-metragens de ficção em sua pesquisa.
Um relatório recém-publicado pela equipe de Dergarabedian afirma que há 15 anos os exibidores dos Estados Unidos não contabilizam uma temporada de premiações em que 70% dos filmes concorrentes vão ultrapassar a marca de US$ 100 milhões em sua arrecadação doméstica, superando expectativas também em sua carreira internacional. Em 2012, o cenário era outro: ganhadores como O Artista e A Invenção de Hugo Cabret custaram a dar lucro.
Entre os nove indicados ao Oscar de melhor filme deste ano, o concorrente de maior bilheteria em sua trajetória global é a fantasia As Aventuras de Pi, de Ang Lee, que gastou US$ 120 milhões, mas já arrecadou US$ 549 milhões mundialmente (US$ 106,7 milhões só nos EUA). Em segundo, está o musical Os Miseráveis, de Tom Hooper, que custou US$ 61 milhões e já soma US$ 341 milhões pelo mundo afora.
"No Brasil, nenhum candidato ao Oscar se beneficiou melhor da exposição dada pelo Oscar do que As Aventuras de Pi, que já vendeu 2 milhões de ingressos aqui à força da exposição que as indicações (11, no caso dele) dão", diz Paulo Sérgio Almeida, da Filme B, site que analisa a exibição no país.
De acordo com uma análise mais recente do Hollywood.com, o faroeste Django Livre, de Quentin Tarantino, cuja renda foi de US$ 310 milhões até aqui, é o título que melhor expansão tem fora dos EUA. De todos os competidores, o western com Jamie Foxx é o único que permanece inédito nos territórios mais populosos na Ásia. Só em março o filme estreia no Japão e em Cingapura, locais onde os longas de Tarantino sempre arrecadaram fortunas.
"O grau de diversão de Django Livre pesa em sua expansão, no momento em que o Oscar amplia o interesse por filmes mais leves como O Lado Bom da Vida fora dos EUA", disse Michael Arbeiter, no boletim do Hollywood.com, lembrando que, de 1999 a 2012, o período dedicado aos filmes do Oscar equivale a 30% do que o cinema americano arrecada por ano. A estimativa para 2013 é de que a temporada do Oscar chegue a 40% do que os estúdios vão lucrar daqui até dezembro.
O portal destaca ainda o fato de que oscarizáveis encarados como favoritos nas categorias principais tiveram custo inferior à média das superproduções. É o caso de Argo. Definido como barbada ao Oscar de melhor filme depois que ganhou o Globo de Ouro e os prêmios dos sindicatos de atores, produtores e diretores de Hollywood, o thriller político de Ben Affleck custou apenas US$ 44,5 milhões e faturou US$ 121,2 milhões. O mesmo vale para Lincoln, de Steven Spielberg, um épico de 145 minutos orçado em US$ 65 milhões que, só em solo americano, engordou os cofres da Fox em US$ 172 milhões.
"Ano a ano, Hollywood abandona a opção de dar o Oscar principal a superproduções caríssimas, como aconteceu com Gladiador ou O Senhor dos Anéis O Retorno do Rei. De 2010 para cá, todos os ganhadores de melhor filme tiveram custos pequenos. Se Argo ganhar, ele pode ter uma sobrevida em circuito em cinemas do mundo todo", diz Paulo Sérgio Almeida.
Efeito relativo
Inédito no Brasil, onde estreia no dia 22, Indomável Sonhadora, de Benh Zeitlin, foi o mais barato dos concorrentes a melhor filme. Custou US$ 1,8 milhão, mas arrecadou quase seis vezes o que gastou: US$ 11 milhões. Ele representa a cota dos indicados a melhor filme reservada a produções independentes, que neste ano abriu ainda vaga para o austríaco Amor, de Michael Haneke, que custou US$ 12 milhões e já embolsou US$ 15 milhões.
"Indomável Sonhadora só vai ter boa exposição aqui graças ao Oscar, mas, no Brasil, o efeito do prêmio nas bilheterias varia de acordo com o perfil dos filmes", diz Almeida. "O prêmio não fez muito por filmes como Onde os Fracos Não Têm Vez, mas ajudou O Segredo de Brokeback Mountain [que levou a estatueta de melhor direção] a fazer 800 mil pagantes."
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