Sting: sem dom para as rimas| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) reconheceu oficialmente o samba do Rio de Janeiro como patrimônio cultural do Brasil. As modalidades partido-alto, samba de terreiro e samba-enredo integram agora o Livro de Registro de Formas de Expressão da instituição.

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O bem-sucedido processo de reconhecimento partiu do Centro Cultural Cartola, através de Nilcemar Nogueira, presidente da entidade e neta do compositor Agenor Ferreira, o Cartola. O projeto contou com apoio da Associação das Escolas de Samba do Rio de Janeiro e da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa). Nilcemar explicou que temia o enfraquecimento das matrizes do samba do Rio. "Meu avô foi um dos pioneiros da popularização dessa forma de samba, no final da década de 20. Quero proteger seu legado cultural", argumentou.

Sob a orientação do Iphan, o Centro Cultural Cartola reuniu um conjunto de referências históricas como monografias, teses, livros, vídeos, reportagens, discografia da época e o testemunho de sambistas da velha guarda, como Monarco, Xangô da Mangueira, Nelson Sargento. Desde as reuniões na casa de Tia Ciata, no início do século 20, a pesquisa identifica o samba nos blocos, nos morros, nas ruas e quintais. O estudo inicial mapeou seis escolas de samba: Mangueira, Portela, Salgueiro, Vila Isabel, Império Serrano, Estácio de Sá.

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A partir do material pesquisado, o Iphan produziu um vídeo e um dossiê de pesquisa. O Iphan recomendou a criação de um plano de salvaguarda que incentive, apóie e promova ações de valorização das formas originais do samba no Rio de Janeiro. Esse plano requer a articulação das comunidades de sambistas, incluindo da velha-guarda, elogiada como "os principais detentores da tradição e dos saberes".