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Badalação (ou hype, como preferem os anglófilos) é a palavra mais usada quando se fala do Cansei de Ser Sexy, grupo paulistano que promete movimentar a cena roqueira de Curitiba neste fim semana. De trajetória meteórica, o sexteto pulou do anonimato para a MTV e as páginas da imprensa especializada em pouco menos de dois anos. Começou divulgando suas músicas na internet, foi convidado para tocar no TIM Festival sem ter sequer um CD lançado, assinou contrato com a gravadora Trama e agora ensaia uma carreira fora do país. Nada mal para uma trupe formada por cinco garotas vindas do meio da moda e do design e um músico escolado nos porões do underground.

O CSS, como também é conhecido, apresenta-se hoje na loja Fnac (no esquema de pocket show) e amanhã no Era Só o Que Faltava. Os integrantes ainda dão o ar da graça no bar V.U., onde atacam de discotecários ao longo desta noite. E aí está um dos segredos do conjunto: seguir à risca o mote "todo artista tem de ir onde o povo está", seja virtualmente ou em carne e osso. Em tempos de indefinição quanto ao futuro do mercado fonográfico, as meninas (e o rapaz) sabem que inovar na divulgação é fundamental.

Mas nem só de marketing vive uma banda. Ou não? Afinal, para os detratores, o CSS se resume apenas a um visual "descolado" e músicas engraçadinhas. Em entrevista recente ao Caderno G, o multiinstrumentista e guru musical das garotas, Adriano Cintra, fez questão de jogar para escanteio qualquer suspeita de que o grupo é pré-fabricado. "Odeio quando dizem que a gente quer aparecer a qualquer custo. Nunca tivemos uma estratégia, fizemos tudo por acaso".

Seja como for, o auto-intitulado álbum de estréia, lançado em novembro do ano passado, prova que o sexteto tem algo a dizer. Nem que seja um punhado de idéias nonsense, como atestam os títulos de algumas canções: "Meeting Paris Hilton" ("homenagem" à socialite popstar norte-americana), "Acho um Pouco Bom", "Art Bitch", "Let’s Make Love and Listen Death From Above", "Alala", "Poney Honey Money", "Ódio, Ódio, Ódio, Sorry C.", "Music is My Hot Hot Sex". Esta última, um dos destaque do disco, traz os versos "Debaixo do lençol/ Ele gemia em ré-bemol/ Fiquei tensa/ Mas tava tudo bem/ Ele é fodão/ Mas eu sei que sou também".

Diversão é o lema da banda, que chamou a atenção no início da carreira justamente por suas perfomances ao vivo hedonistas. A vocalista Lovefoxxx, aliás, é um show à parte. Ao mesmo tempo sexy e desengonçada, canta as maiores bobagens (em inglês e português) com voz quase infantil e a maior cara de pau. Completam a formação Ira Trevisan (baixo), Carol (bateria, teclado, guitarra), Ana Rezende (guitarra) e Luiza Sá (guitarra) – responsáveis pelo acompanhamento que transita entre o punk-rock e a música eletrônica.

Ame ou odeie, o Cansei de Ser Sexy veio mesmo para confundir o morno cenário pop brasileiro. Se você acha a absurda banda Calypso mais interessante do que as lamentações de Pitty, CPM 22 e outros roqueiros tristonhos, não perca o sexteto de vista.

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