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O ator Fernando Alves Pinto teve uma câmera acoplada ao seu corpo. | Divulgação
O ator Fernando Alves Pinto teve uma câmera acoplada ao seu corpo.| Foto: Divulgação

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São SilvestreBrasil, 2013. Direção de Lina Chamie. Com Fernando Alves Pinto. Cinemateca de Curitiba (R. Pres. Carlos Cavalcanti, 1.174, São Francisco), (41) 3321-3252. Sexta, domingo, terça e quarta, às 18 horas. Sábado e quinta, às 19h30. Documentário.

A cineasta Lina Chamie, de Via-Láctea, quis escapar da estrutura de um documentário expositivo tradicional em São Silvestre, filme em cartaz na Cinemateca de Curitiba desde a última sexta-feira. Buscou construir uma narrativa impressionista, que desse ao espectador a sensação de estar entre os participantes da tradicional prova, realizada todos os anos no dia 31 de dezembro. De quebra, o longa também é uma grande homenagem à cidade de São Paulo, cujas ruas servem de palco para a competição, sempre de contornos heroicos.

Na primeira parte do filme, a cineasta apresenta um trecho do trajeto a ser percorrido pelos corredores, ainda no início da manhã, antes da prova. Lina intercala imagens desse itinerário com tomadas dos movimentos presentes no dia a dia da capital paulista, à véspera da comemoração do ano novo, ainda com a decoração de Natal. Essa preocupação com a geografia em que o filme está inserido faz da cidade uma personagem indissociável da "trama".

Para captar a multiplicidade da megalópole que é São Paulo, Lina trabalhou com várias câmeras posicionadas ao longo do percurso. Também instalou uma delas exclusivamente acoplada ao corpo do ator Fernando Alves Pinto (de Terra Estrangeira), que está em Curitiba, onde começa a rodar amanhã o longa-metragem O Homem Que Matou Minha Amada Morta, de Aly Muritiba.

A proposta é captar o cansaço, a velocidade, o suor, a respiração e o movimento dos atletas durante a tradicional prova de atletismo em São Paulo, e Alves Pinto vivencia tudo isso, na fronteira entre a realidade e a ficção, servindo de ponte empática com quem está na plateia, assistindo a sua odisseia.

O filme constrói a experiência de forma sensorial, revelando o corpo a corpo do homem que corre pelas ruas da cidade, mas também se ocupa de tudo que está ao seu redor.

Lina é também autora do roteiro e a fotografia fica por conta de José Roberto Eliezer (de O Cheiro do Ralo).

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