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O bioma mais ameaçado do país, a Mata Atlântica, que hoje ocupa apenas 7,8% de sua área original, vai ganhar um poderoso aliado para combater os desmatamentos ilegais. O Ministério do Meio Ambiente e o Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) vão implantar, dentro de um ano, um sistema de vigilância por satélite para localizar os desflorestamentos irregulares, possibilitando que a fiscalização seja enviada diretamente ao local do crime ambiental. O monitoramento aéreo faz parte do Plano de Combate do Desmatamento na Mata Atlântica, que ontem foi oficialmente lançado pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante a COP8, em Pinhais, na Grande Curitiba.

O diretor de proteção ambiental do Ibama, Flávio Montiel, disse que serão investidos R$ 5 milhões para implantar o sistema. Os satélites monitorarão uma vasta região que se estende do Sul da Bahia a Santa Catarina, embora o bioma ocupe uma área maior. A faixa selecionada é onde a pressão por derrubada da mata é mais intensa. No Paraná, os locais onde há maior ameaça, disse Montiel, são as regiões de Pato Branco, União da Vitória, Campos Gerais e o litoral.

Algumas ações do plano lançado nesta quinta-feira já vão ser tomadas imediatamente. Segundo Montiel, o Ibama concluiu um levantamento de satélite prévio da Mata Atlântica, com imagens de 1996 a 2006. Esse mapeamento vai direcionar a fiscalização para os locais onde houve desmatamento. Como desde 1995 é proibida, na Mata Atlântica, a derrubada de florestas nos estágios médio e avançado de preservação, os desflorestamentos verificados pelo mapeamento constituem crime ambiental – que não prescrevem. A prioridade nesta etapa do plano será a fiscalização nas 300 maiores áreas desmatadas em cada estado – inclusive no Paraná.

O plano ainda prevê que a fiscalização seja feita de forma conjunta entre os governos dos estados com a União. No caso do Paraná, ainda há arestas a serem aparadas entre o governo federal e o estado. Conforme publicou a Gazeta do Povo na quarta-feira, o Ibama discorda da forma como o governo paranaense tem concedido licenças de corte nas florestas com araucárias, que fazem parte do bioma da Mata Atlântica.

Segundo Montiel, o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) está concedendo licenciamento para corte de matas que, na avaliação do Ibama, estão em estágio médio e avançado de recomposição – o que é ilegal. "O estado tem posições avançadas em questões como a dos transgênicos, mas demonstra hesitação com relação à gestão de florestas", disse o diretor do Ibama.

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