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A Secretaria de Segurança Pública divulgou uma nota na tarde deste domingo (6) na qual informa que um grupo de pessoas que assistia ao show dos Racionais MC´s começou o tumulto na Praça da Sé, no Centro de São Paulo. Onze pessoas foram detidas e encaminhadas ao 1º Distrito Policial (DP) para averiguações.

De acordo com a secretaria, o grupo atacou os policiais militares com pedras e garrafas e depredou uma banca de jornal. As mesmas pessoas teriam se separado e saqueado lojas nas ruas próximas ao local do show, entre elas as Lojas Americanas e o Rei do Mate. Oito veículos da PM e um da Guarda Civil Metropolitana foram depredados. Além disso, um carro particular foi incendiado e outro, danificado. No meio da confusão, um policial teve roubado um "carregador de munição".

Orelhões e banheiros químicos da praça também foram destruídos. O grupo entrou na Estação Sé do Metrô, destruiu seis bloqueios e depredou 12 lojas. Os onze detidos foram acusados de praticar furtos e depredações, além de desacato e dano ao patrimônio público e privado.

No incidente ocorrido por volta das 5h, pelo menos seis pessoas ficaram feridas. Um homem de 21 anos e uma mulher de 22 anos tiveram ferimentos na cabeça e foram levados para o pronto-socorro Vergueiro. Segundo a secretaria, quatro policiais militares também ficaram feridos.

A Virada Cultural contou com um efetivo de 3.223 homens da Polícia Militar, 1.089 veículos e 97 bases comunitárias móveis. Choque de quem chega

Na manhã deste domingo, paulistanos que se deslocavam para atividades da Virada Cultural se depararam com a depredação de lojas, de lixeiras, de banheiros químicos e até mesmo de dois carros nas ruas da região central de São Paulo.

Na Praça da Sé, onde o tumulto começou por volta das 5h, funcionários desmontavam o palco instalado na frente da catedral. Ao lado da entrada do Metrô, uma fila de banheiros químicos destruídos ainda aguardava remoção em meio às garrafas quebradas e o olhar espantado de turistas que fotografavam o resultado do vandalismo.

Mas o tumulto deixou maior prejuízo na esquina das Ruas Senador Feijó e Quintino Bocaiúva. Dois Celtas foram depredados. Um dos carros foi incendiado após a passagem dos vândalos. Uma franquia da loja Rei do Mate teve a porta arrombada. Objetos de valor, cigarros e bebidas foram roubados.

A proprietária do estabelecimento, que preferiu não se identificar, disse que só foi avisada da invasão às 9 horas. Segundo a proprietária, a demora foi culpa do sumiço do vigilante que presta serviço para comerciantes do local, que tinha o número de telefone da empresária mas não foi encontrado pela polícia no local após o tumulto.

Ela estima que o prejuízo no local tenha superado os R$ 20 mil. Além de roubar o dinheiro que estava no caixa, o grupo ainda arremessou o computador contra a parede. "Estou esperando o Kassab passar aqui amanhã para me dizer o que a Prefeitura vai fazer", disse.

Enquanto a comerciante aguardava a perícia, do outro lado da esquina a professora de inglês Camila Ferraro tomava conta do Celta da amiga, que teve o vidro quebrado e lataria amassada durante o tumulto. "Estávamos na Vieira de Carvalho. Eram 6 horas quando voltamos e no caminho já sentimos o cheiro forte de gás", contou a professora.

Ao lado do carro das amigas que participavam da Virada Cultural, o que sobrou de um outro Celta permanece na esquina, vigiado por policiais. O carro foi totalmente queimado na madrugada.

Sono interrompido

Moradores da Rua Tabatinguera, a cerca de 200 metros da Praça da Sé, foram acordados por volta das 5h, quando jovens que acompanhavam o show dos Racionais fugiram do confronto com a polícia. Pelo menos dois condomínios tiveram vidraças quebradas com pedras. Pedaços de retrovisores na sarjeta agora servem como testemunho do susto vivido pelos moradores.

"Quando acordei, parecia uma guerra. Olhei pela janela e vi pouca polícia e a rua tomada por jovens, ate o trânsito foi interrompido. Quebraram lixeiras, vidraças e sobrou até para os carros estacionados", disse o morador Airton Oliveira dos Santos, de 55 anos. Nesta manhã, ele percorreu a rua com a câmera em punho para fotografar os estragos, incluindo a vidraça quebrada do edifício onde mora.

No Largo de São Francisco, o tumulto foi concentrado em uma banca de revistas. Mesmo posicionada a cerca de 100 metros do prédio da Secretaria da Segurança Publica, a banca foi invadida. "O que eles não puderam roubar, destruíram", contou o proprietário do local, Danilo Menezes, de 24 anos.

Baseado nos primeiros cálculos, ele estima um prejuízo superior a R$ 15 mil. "Simplesmente destruíram, está em um estado lastimável, nem sei por onde começar", disse o comerciante.

Como foi a briga

A apresentação começou às 4h30, com uma hora e meia de atraso, e durou menos de meia hora. Um tumulto na platéia, logo no início do show, foi reprimido com balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo. Na segunda música, parte da platéia começou a insultar policiais que reagiram com bombas de efeito moral. Durante o confronto, houve pânico entre as pessoas presentes no local, que se dirigiram à estação Sé do Metrô tentando fugir do confronto entre polícia e fãs do grupo.

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