Kevin Spacey faz um deputado ambicioso e sem escrúpulos| Foto: Divulgação

Desde The West Wing (1999), a TV norte-americana vem burilando sua expertise em seriados cujo foco principal é a política. A lista de produções capitaneadas pelo tema é grande e não para de crescer.

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De títulos cômicos – como Veep e 1600 Penn (ainda inédito no Brasil) –, aos mais dramáticos, como Scandal, Homeland, Political Animals e Boss, a audiência parece ávida pelos bastidores do poder.

Disponível pelo Netflix (signup.netflix.com) desde a última sexta-feira, House of Cards empurra esse cenário para mais adiante. Não só pela narrativa, mas também pela forma.

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Lançada com exclusividade na internet, com todos os 13 episódios de uma só vez, a produção não faria feio ao catálogo de canais como HBO ou Showtime.

Versão norte-americana da atração inglesa homônima, dos anos 1990, o seriado é protagonizado por Francis Underwood, um deputado que não mede esforços em sua ânsia por mais poder.

Interpretado com brio por Kevin Spacey, Underwood seduz poderosos e o espectador com sua boa lábia e gestual ora afável, ora cruel – logo em sua primeira aparição, por exemplo, ele estrangula um cachorro que agonizava após ser atropelado, para interromper o sofrimento.

Preterido ao cargo de secretário de Estado, arma uma teia de conspirações para atingir o presidente eleito.

Nessa trajetória, ele faz de fantoche uma jornalista (Kate Mara) e conta com a total compreensão de sua mulher, Claire (Robin Wright), uma Lady Macbeth do século 21.

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A direção de David Fincher para os dois primeiros episódios foge do ritmo frenético de A Rede Social (2011).

Carregado de subtramas, House of Cards é soturno e irônico. Faz um retrato da política sem meias palavras e instiga o público a torcer sempre pelo caminho oposto à justiça.