Quatro anos depois de se dividir entre duas mulheres, uma real e outra imaginária, na série “A Mulher Invisível” (2011), Selton Mello voltará à tevê na pele de um conquistador profissional. Quinze quilos mais magro, o ator e diretor mineiro de 42 anos será o bon vivant Augusto de Valmont na minissérie “Ligações Perigosas”, aquele mesmo personagem vivido por John Malkovich no cinema, em 1988, numa das mais conhecidas versões (com direção de Stephen Frears) do clássico francês “Les Liaisons Dangereuses”.
O convite para protagonizar a produção, que estreia em janeiro, com Patrícia Pillar e Marjorie Estiano no elenco e direção geral de Vinícius Coimbra, exigia mesmo que o intérprete estivesse em forma. Mas Selton jura que não fez “nada além de ter aprendido a comer com ajuda de uma nutricionista” e conta que levou dois anos para chegar ao peso atual. Depois de revelar ter superado uma depressão em 2009, quando parou com os remédios que usou durante anos para emagrecer, ele é enfático: não aceitaria transformar radicalmente o corpo por um papel.
Minissérie é baseada em clássico da literatura francesa
Clássico da literatura francesa, o livro“Les Liaisons Dangereuses” (As Ligações Perigosas), de Pierre Choderlos de Laclos, foi publicado no ano de 1782
Leia a matéria completa“Não tenho mais interesse em engordar ou emagrecer para personagem nenhum. Minha vida vem em primeiro lugar. E não tenho mais vontade de fazer qualquer coisa (por um papel). Dá um trabalho desgraçado, entende? É o teu corpo. Pode ser que eu vá me contradizer mais adiante. Mas aprendi a cuidar de mim e me botar em primeiro lugar. Depois estão os personagens e o trabalho. Essa é uma parte da sua vida, não é tudo,” pondera, antes de mais um dia de gravação.
A relação com o trabalho vem desde criança. A estreia foi aos 8 anos na novela “Dona Santa”, da então Rede Bandeirantes, em 1981, depois de participar de shows de calouros na tevê. O filho do bancário Dalton com a dona da casa Selva, e irmão do também ator Danton Mello, dois anos mais novo do que ele, emendou várias novelas na infância. Foi para a Globo em 1984 fazer “Corpo a Corpo”, de Gilberto Braga, e tornou-se dublador na adolescência. Nos últimos anos, passou a se dividir entre a direção e a atuação, no cinema e na tevê.
“Nunca fico num lugar sem desejo, sabe? Essa coisa de dirigir faz com que eu me desloque em busca do tesão. Vou lá, cheio de tesão, com brilho no olho, e dirijo”, explica ele, que foi visto mais recentemente atuando no filme “Trash – A Esperança Vem do Lixo”, do diretor inglês Stephen Daldry, lançado no ano passado.
Basta olhar a folha corrida de Selton para notar essa alternância entre funções e veículos. De 2012 a 2014, ele se dedicou às três temporadas da série “Sessão de Terapia”, que dirigiu para o GNT. Neste ano, rodou seu terceiro longa como diretor, “O Filme da Minha Vida”, no Rio Grande do Sul.Sobre o novo trabalho, ele reconhece que a insegurança faz parte. “Tenho dúvidas o tempo inteiro. A pessoa que acha que sabe tudo perde o brilho no olho. Vim para cá fazer essa minissérie justamente porque não sabia como fazer.”
Ao aceitar o trabalho, ele pensou “por dois segundos” nas possíveis comparações com a performance de Malkovich. Mas relaxou depois de sentar-se “com uma moçada mais nova” num restaurante.
Originalmente passada na corte francesa pré-revolução, a história foi adaptada por Manuela Dias, para virar uma minissérie de dez capítulos .
Clima e super-ricos: vitória de Trump seria revés para pautas internacionais de Lula
Nos EUA, parlamentares de direita tentam estreitar laços com Trump
Governo Lula acompanha com atenção a eleição nos EUA; ouça o podcast
Pressionado a cortar gastos, Lula se vê entre desagradar aliados e acalmar mercado