Programe-se
Bate-papo
Espaço Tardanza (R. Sen. Souza Naves, 540, casa 3), (41) 3223-1053. Léo Glück e Nadia Granados. Apresentação do vídeo No Basta un Pedazo de Tierra. Dia 25, às 20 horas. Entrada franca.
Performances
Casa Selvática (R. Nunes Machado, 950 Rebouças), (41) 3013-5188. Dia 26, a partir das 18 horas. R$ 3. Classificação indicativa: 18 anos.
Quem passa de noite pela Praça Ouvidor Pardinho talvez já tenha questionado o que acontece numa casa cor de rosa cheia de gente "fantasiada". O grupo de 16 jovens que responde pela Casa Selvática se interessa pelo gênero teatral da performance, com "desvio" para as artes plásticas, e em questões de gênero. As festas são frequentes, entendidas como uma forma de proporcionar liberdade de expressão aos artistas e estudantes que frequentam o local.
Aos curiosos, eles convidam a conhecer neste fim de semana uma experiência unindo todas essas questões. Na sexta-feira, no Espaço Tardanza, promovem um bate-papo entre a atriz Léo Glück e a performer colombiana Nadia Granados, especializada na arte erótica e em seu uso político.
No sábado, Nadia faz um show na Selvática e apresenta o resultado de uma residência que está desenvolvendo ao longo da semana com 16 artistas brasileiros.
Com eventos como esse, os selváticos têm atraído, desde a inauguração do espaço, há quase um ano, não só estudantes de Artes, mas também de outros segmentos da área de Humanas cerca de mil pessoas teriam passado pela casa nesse período.
Além das festas e apresentações, são promovidos cursos e oficinas de artes. No fim do ano, a descompanhia de dança escolheu o lugar como cenário de sua dança-instalação In-Real acontecimentos poéticos.
Sem uma liderança explícita, os selváticos são "agitados" por Ricardo Nolasco, 25 anos. Ele começou a fazer teatro aos 17 anos, já inspirado em uma vontade que move a minoria dos artistas cênicos, a de escrever. Logo embarcou no gosto pelo teatro performático e ligado às questões de gênero que aliás atrai muita gente que passa pela Faculdade de Artes do Paraná, pondera o artista.
São trabalhos que, em geral, usam como matéria-prima a biografia do artista e partem de questionamentos sociais. "Assisti a um espetáculo da Cia. Silenciosa e fui estudar teatro para poder escrever", conta, referindo-se à companhia que fechou as portas no fim de 2012, após uma década de peças provocativas.
À frente do trabalho estava Léo Glück, de 30 anos, agora selvática, e quem comanda o bate-papo de sexta-feira com Nadia. "Depois de um tempo vira uma mercantilização...", explica a atriz o fim de seu grupo.
Fulminante
Com o nome artístico de La Fulminante, Nadia busca uma "comunicação emancipadora que abra percepções contra a opressão, o abuso de poder, as armas e o machismo", conforme contou à Gazeta do Povo.
"Na Colômbia, o machismo está muito arraigado, com a utilização marcada do corpo da mulher na publicidade." Ela explica seus métodos: "Uso alguns códigos do pornô, uma semelhança com a pornografia, para enviar mensagens".