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A menos de três meses do início de sua 24.ª Edição, a Oficina de Música de Curitiba passa por um período de mudanças. O diretor artístico das quatro últimas edições, Alex Klein, anunciou na semana passada que não está mais na equipe do evento. A Fundação Cultural de Curitiba, por sua vez, se viu obrigada a resolver dois problemas ao mesmo tempo. Primeiro, encontrar um substituto para o músico, considerado um dos mais importantes instrumentistas brasileiros da atualidade. Segundo, sanar o problema que o levou a pedir demissão: o baixo orçamento destinado à oficina.

Alex Klein, que tem em seu currículo o título de primeiro oboé da Sinfônica de Chicago, uma das mais importantes orquestras do mundo, assumiu a direção da oficina em 2001. Produziu quatro edições. A última, em janeiro deste ano, com um orçamento de R$ 900 mil. Para 2006, soube que o limite de gastos seria de R$ 500 mil. Não quis colocar seu nome no evento, prevendo que a qualidade fosse baixar. A prefeitura ainda pediu que ele esperasse para ver se a situação poderia mudar. Na semana passada, achando que não conseguiria ir além, Klein pediu a conta.

Curiosamente, três dias após o músico anunciar sua saída, o presidente da Fundação Cultural de Curitiba, Paulino Viapiana, conseguiu da prefeitura a garantia de que o orçamento de 2005 será mantido para o ano que vem. Ou seja: haverá R$ 900 mil para a realização do evento. Apesar disso, Alex Klein não deve voltar para a oficina. Ele parece não ter interesse em um novo acordo. Além disso, a fundação já empossou no cargo uma nova diretora artística. A escolhida foi Janete Andrade, uma das principais responsáveis pela oficina nos últimos anos.

"Fiz várias sugestões para conseguir mais dinheiro para a oficina", afirma Klein, que se diz decepcionado com a situação criada. "Curitiba tem um dos principais eventos de música erudita do país e o departamento de marketing, ao invés de investir em conseguir mais dinheiro, prefere cortar partes do evento", lamenta o músico. Segundo ele, sua intenção era levar adiante um projeto que tem 23 anos de sucesso. "Se a minha saída pelo menos tiver causado alguma influência no aumento da verba para 2006, creio que foi positivo", opina.

Para Viapiana, não houve nenhuma interferência externa nas decisões da prefeitura. "O que houve foi que a previsão no orçamento municipal para ações culturais teve uma redução", conta. "Entramos em negociações com a Secretaria de Finanças, mas enquanto não conseguíamos mais dinheiro, fizemos a previsão de como seria a oficina com a verba que já estava garantida", afirma. Viapiana diz que sempre confiou no aumento do orçamento da oficina, que acabou acontecendo logo após a saída de Klein. "A oficina vai continuar do mesmo jeito que sempre foi. Foi uma pena a saída dele, mas a Janete Andrade é uma grande profissional e confiamos no trabalho dela", conta.

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