Cantora, compositora e arranjadora, a carioca Joyce é autora de uma façanha desejada por muitos artistas brasileiros, mas conseguida por pouquíssimos: atingir sucesso internacional e ter o talento reconhecido em seu país de origem. A admiração dos gringos é tanta, que a cantora chega a lançar trabalhos inéditos, em primeira mão, no exterior, sob encomenda de gravadoras internacionais. Seus shows em países estrangeiros costumam ocupar espaços de médio a grande porte, e são assistidos por cerca de 2.500 pessoas. Para os fãs brasileiros, ou mais especificamente curitibanos, que nutrem a mesma devoção pelo trabalho de Joyce, a cantora faz hoje, às 21 horas, uma apresentação única no Teatro do Sesc da Esquina.
De acordo com Joyce, o repertório da apresentação terá de tudo um pouco. "Será um mix do mais novo com o mais antigo", explica, em entrevista ao Caderno G. Na primeira categoria estão os álbuns BossaDuets e Banda Maluca, ambos lançados há dois anos. Este último concorre pela segunda ocasião ao Grammy Latino, desta vez na categoria melhor álbum de música brasileira no passado, Joyce concorreu ao prêmio de melhor canção brasileira, com a faixa "Banda Maluca". Já no quesito "mais antigo", a carioca deve interpretar sucessos que marcaram sua trajetória e que nunca deixam de ser pedidos pelo público, como "Clareana" e "Feminino".
Mas, para Joyce, o maior destaque do show de logo mais será sua formação. Estarão no palco apenas a cantora e seu violão, acompanhada do baterista Tutty Moreno, músico que integra sua banda há tempos e que, não por coincidência, também é seu marido. "Temos uma intimidade muito grande, pois, além de sermos casados, ele sempre tocou comigo e eu já participei dos discos dele. Apesar de sermos só nós dois no palco, as pessoas ficam impressionadas de ver como uma formação tão esquisita pode dar tão certo", explica.
Autodenominada como uma das filhas musicais de Tom Jobim, Joyce atribui seu sucesso nacional e internacional ao fato de sua música lidar com a dualidade jazz/música brasileira. Outra razão, que, segundo ela, impulsionou muito sua carreira foi o fato de seu público ter se renovado com o passar do tempo. "No ínício dos anos 90, os jovens de Londres descobriram a minha música e passaram a utilizá-la junto a bases eletrônicas. Isso foi muito bom para a meu trabalho e abriu portas para outros artistas", avalia. Mas, mesmo globalizada, Joyce ressalta que a origem de sua música é brasileira, por mais que seja inspirada em situações vividas no exterior. "Traduzo o que vejo com um olhar sempre muito brasileiro. Faço sucesso lá fora sem nunca tirar meus dois pés do Brasil", brinca.
* Serviço: Show com Joyce. Teatro Sesc da Esquina (R. Visconde do Rio Branco, 696). Hoje, às 21 horas. Ingressos a R$ 20 e R$ 10 (comerciários, estudantes e pessoas com mais de 60 anos). Mais informações pelo telefone (41) 3322-6500.
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